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Adolescente fica sem andar após injeção

Vitória Leão, 16 anos, foi medicada no Hospital Petronila Campos, em São Lourenço, por causa de uma infecção urinária. Agora, está numa cadeira de rodas

Marina Barbosa
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Marina Barbosa
Publicado em 19/09/2014 às 6:20
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Vitória Leão, 16 anos, foi medicada no Hospital Petronila Campos, em São Lourenço, por causa de uma infecção urinária. Agora, está numa cadeira de rodas - FOTO: Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Há dez dias, Vitória Maria Carneiro Leão deixou de andar. A jovem, de 16 anos, nunca teve nenhuma deficiência, mas perdeu o movimento das pernas após tomar uma injeção que só deveria eliminar a dor que sentia ao urinar. O medicamento foi aplicado na semana passada no Hospital Petronila Campos, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife. 

A adolescente chegou na unidade de saúde na manhã do dia 8, andando. Após horas de espera pelo atendimento, tomou a injeção e recebeu alta, mesmo sentindo a perna formigar. No começo da noite, teve tonturas e desmaiou. Quando acordou na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), não sentia mais os membros inferiores. Até agora, não sabe o que aconteceu nem o que havia na seringa.

"Não recebi nenhuma assistência do hospital, não disseram qual remédio tomei nem explicaram o que houve com minhas pernas. Só estou nessa cadeira de rodas porque minha vizinha me emprestou”, reclama a adolescente, que voltou ao Petronila Campos depois de ser socorrida na UPA, mas foi encaminhada para o Hospital da Restauração, no Derby, área central do Recife. Ela passou sete dias internada e fez vários exames, mas até agora nada apontou a causa da deficiência repentina. Só se sabe que, para voltar a andar, Vitória precisará de fisioterapia.

“Estamos esperando o diagnóstico, mas sei que foi aquela injeção. Minha filha saiu daqui boa e voltou assim, não há outra explicação, foi displicência médica. Ela sentiu a perna formigar na hora que recebeu o remédio e até agora sente dores no lugar da picada”, declara a mãe da jovem, a diarista Cristiane Maria dos Santos, 33, que vai processar o hospital. “Não é pelo dinheiro, é para aprenderem a ter respeito com os pacientes”, explica. “Até porque o que eu quero eles não podem me dar”, emenda Vitória, que só tem um desejo: voltar a andar. “Quero correr, subir escada, voltar à normalidade. Não consigo fazer mais nada sozinha”, admite. 

Por nota, a Prefeitura de São Lourenço da Mata, que responde pelo Hospital Petronila Campos, afirmou que Vitória só foi medicada com dipirona e antibiótico para tratar a infecção urinária. “Ou seja, em nenhum momento foi aplicado qualquer medicamento em músculos, que viesse a justificar a paralisia relatada”, afirma a nota. No dia seguinte, já com as pernas sem movimento, ela teria sido orientada a procurar um neurologista.

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