ASSISTÊNCIA SOCIAL

Orquestra Cidadã agora forma jovens de Ipojuca

A bem-sucedida experiência da Orquestra Cidadã no Coque, Recife, é levado para o distrito de Camela

Do JC Online
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Publicado em 23/09/2014 às 8:00
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A bem-sucedida experiência da Orquestra Cidadã no Coque, Recife, é levado para o distrito de Camela - FOTO: Bobby Fabizak/JC Imagem
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A expansão de um projeto social para novos lugares é a demonstração de que este vem apresentando resultados positivos. A afirmativa pode ser observada na criação do núcleo da Orquestra Criança Cidadã no distrito de Camela (OCC), em Ipojuca, no Grande Recife, inaugurado no dia 15 de setembro, e é reforçada por jovens que iniciaram o aprendizado da música na ação e hoje colaboram com o novo espaço. 

Morador do Coque, na Ilha Joana Bezerra, área central do Recife, Fagner Zumba começou a participar das atividades no período em que a entidade foi criada, em 2006. Há oito anos no projeto, ele hoje é monitor dos alunos do centro em Ipojuca, sendo exemplo para as crianças. “A orquestra foi uma oportunidade que eu agarrei e que transformou minha vida. Antes, a única visão de futuro que nós tínhamos era a de ser jogador de futebol e a orquestra mudou essa realidade”, conta Fagner, agora com 22 anos de idade e estudante do curso de bacharelado em música da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Cerca de 1,2 mil jovens já passaram pelas salas da OCC, que atende, atualmente, 130 jovens. A orquestra se tornou famosa no Brasil e no mundo e uma amostra deste reconhecimento é o concerto que será realizado no Vaticano, em outubro próximo. “O projeto tem colaborado não apenas com os jovens, mas com a comunidade. Antes, o Coque era um dos locais mais violentos do Recife e essa situação melhorou bastante”, diz o coordenador do núcleo em Camela, Márcio Pereira. 

É com essa perspectiva que a Prefeitura de Ipojuca em parceria com a Associação Beneficente Criança Cidadã (ABCC), organização não-governamental gestora da orquestra mantida por empresas privadas, implantaram o espaço. “Nós temos problemas de vulnerabilidade social em Camela, por isso escolhemos o lugar para sediar o projeto. É o distrito menos privilegiado do município, pois é distante de Suape e do litoral e as pessoas têm menos oportunidade de trabalho e de participar de cursos profissionalizantes”, comenta o secretário da Juventude e Esportes, Miqueias Silva. O município tem 80,6 mil habitantes, sendo 19,6 mil em Camela.

Os 100 estudantes, com faixa etária entre 6 e 16 anos, recebem aulas de teoria musical e de instrumentos de corda – violino, viola, violoncelo e contrabaixo. Além dos ensinamentos musicais, os “Meninos de Ipojuca” participam de reforço escolar, de aulas de informática e recebem apoio psicológico. A entidade conta com 15 professores, sendo cinco alunos da unidade do Coque que atuam como monitores. O espaço funciona pela manhã e à tarde, em um prédio com 15 salas de aula, auditório, telecentro, salas de acompanhamento pedagógico e refeitório.

De acordo com a prefeitura, foram investidos R$ 2,8 milhões no projeto este ano e a intenção da gestão municipal é que 30% desse montante seja bancado pela iniciativa privada em 2015. “A partir do momento que conseguirmos ter 60% das despesas custeadas por empresas, pretendemos inaugurar um novo núcleo em outro distrito do município”, revela o secretário da Juventude e Esportes. 

A chegada da Orquestra Criança Cidadã traz esperança para os moradores da região mais pobre de Ipojuca. “Aqui não há muitas oportunidades, então temos que nos dedicar ao máximo para termos um futuro diferente”, diz Joyce Kerolayne, 13 anos, em uma de suas primeiras aulas de música. 

Leia reportagem completa no caderno de Cidades do JC desta terça (23)

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