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Liceu de Artes e Ofícios espera verba para ganhar centro cultural

Enquanto as obras não começam, o prédio construído em 1871 na Praça da República sofre com o desgaste natural do tempo

Do JC Online
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Publicado em 29/10/2014 às 8:13
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No Centro do Recife, a Praça da República é rodeada por alguns dos edifícios mais importantes da cidade: o Palácio do Campo das Princesas, o Palácio da Justiça e o Teatro de Santa Isabel. Ao lado de tudo isso, está o Liceu de Artes e Ofícios, construído em 1871 no estilo classicista imperial. Tão imponente quanto as outras construções, o Liceu é o único desses prédios que mantém as portas fechadas. Desativado há sete anos, espera recursos públicos para ser transformado em centro cultural e retomar a vocação artística. Enquanto isso, sofre com a ação do tempo.

A tinta vermelha da fachada, que substituiu o azul original em 2008, está desbotada. As paredes externas têm rebocos caídos e pichações. Infiltrações comprometem parte das paredes e do piso interior. “Desativado, o prédio só recebe manutenção básica. Por isso, desgasta-se naturalmente”, alega Leandro Tabosa, assessor cultural da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), que administra o Liceu desde 1961. Criado para oferecer aulas de desenho, música, pintura e alfabetização, o prédio foi desocupado em 2007, quando o Liceu foi transferido para o prédio do antigo Colégio Nóbrega.

Agora, a Unicap pretende instalar um centro cultural no espaço. “Faz falta um lugar com salas de espetáculo e exposições no Centro do Recife”, diz Tabosa. O projeto conta com cineteatro, auditório, salas para exposições, livraria, salas de leitura e um café. O centro também vai abrigar cursos ligados às artes e uma exposição com o acervo do Liceu de Artes e Oficio – parte do mobiliário, dos quadros e dos documentos da escola.

Para o projeto ser executado, no entanto, o prédio precisa ser restaurado. O orçamento não foi finalizado, mas a universidade pretende executar as obras com recursos públicos. Em 2012, recebeu R$ 80 mil do Funcultura para fazer o plano de revitalização. No ano seguinte, voltou a concorrer ao edital para concluir o projeto, mas não foi beneficiada. Desde então, o projeto está parado.

“Concluímos o plano arquitetônico, mas a parte hidráulica e elétrica não. Para isso, vamos nos inscrever novamente no Funcultura”, explica Tabosa. Finalizado o projeto, a universidade vai submetê-lo à Lei Rouanet e ao financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) para obter o montante necessário às obras.

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