Num ritual que se repete há mais de 70 anos, católicos pernambucanos lotaram a Basílica da Penha, no bairro de São José, Centro do Recife, nesta primeira sexta-feira de 2015, para receber a bênção de São Félix. A cerimônia começa com missa e se completa com a unção dos fiéis com óleo e borrifos de água benta.
A cerimônia teve início às 6h, com missa celebrada pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido. Pela manhã, os capuchinhos realizam mais três celebrações, às 7h30, às 10h e às 12h. À tarde, estão programadas mais duas missas, uma às 15h e outra às 17h, encerrando a programação desta sexta-feira (2).
Os frades capuchinhos do Recife celebram a bênção de São Félix toda sexta-feira, o ano inteiro. Como a basílica está fechada para obras de restauração há mais de sete anos, a cerimônia é realizada num salão provisório no oitão do convento. A solenidade só pode ser conduzida pelos frades capuchinhos.
O óleo com o qual os religiosos ungem a testa dos devotos é abençoado no Dia de São Félix, 18 de maio. Depois, é usado o ano todo nas cerimônias da bênção de São Félix, que são realizadas sempre às sextas-feiras, todos os meses. Mas, a primeira sexta-feira do ano, é especial para os católicos.
"É dia de renovar as esperanças num ano melhor", dizem os fiéis. "Trago minha garrafa de água para benzer e espalho em garrafinhas pela casa. Isso melhora tudo na família", diz a cobradora de ônibus Maria Inês da Silva, moradora do bairro de Torrões, Zona Oeste do Recife.
Ansiosos para receber a bênção, os fiéis promoveram empurra-empurra no local. "Calma, gente. Estamos numa igreja, não precisa empurrar", dizia um senhor, tentando melhorar a circulação próximo ao portão de entrada do salão provisório da basílica.
São Félix nasceu na aldeia de Cantalício, na Itália, no século XVI. De acordo com relatos, ele usava óleo de lamparina para abençoar as pessoas, daí a origem do ritual. A bênção de São Félix, reza a tradição, teve origem após a morte do frade, quando começou a sair óleo de uma pedra do túmulo do religioso.