URBANISMO

Loja com fachada preta gera polêmica no Centro do Recife

Nova cara de imóvel localizado na Rua Nova, no Bairro de Santo Antônio, desperta a curiosidade

Da editoria de Cidades
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Publicado em 11/03/2015 às 9:30
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Nova cara de imóvel localizado na Rua Nova, no Bairro de Santo Antônio, desperta a curiosidade - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Frequentadores da Rua Nova, no bairro de Santo Antônio, Centro do Recife, estão surpresos com a fachada de um prédio que está sendo pintada de preto. O edifício de número 236 e com dois andares se destaca em meio a outros de cores verde, rosa e branco, tradicionais no polo comercial.

A nova cara da edificação desperta a curiosidade. O funcionário público Silvestre Batista, 49 anos, não aprovou a novidade. “Passa uma sensação estranha, é um pouco sinistro. Serve para chamar a atenção”, afirma. 

A pintura é uma estratégia de marketing. Uma loja de produtos esportivos chamada W.J. Esportes será implantada no local. A marca é composta pelas cores preto e branco. 

“Esta é a minha terceira loja de artigos esportivos. Escolhi decorar assim porque chama a atenção e suja menos. Não esperava surpreender as pessoas", explica o dono da rede, Jorge Tales. 

Segundo o professor de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Tomás Lapa, a edificação se enquadra na arquitetura eclética, que perdurou até o início do século 20. 

O cuidado com o alinhamento das fachadas e a altura uniforme dos edifícios são algumas características do estilo arquitetônico.

“Pintar de preto é um desrespeito às características do estilo e do conjunto urbano. É agressivo e absorve calor. A mudança também fere a imagem que a população tem da Rua Nova”, explica Tomás Lapa. 

Como a construção fica perto de bens tombados, a exemplo das Igrejas de Santo Antônio e de Nossa Senhora da Conceição dos Militares, a prefeitura enviou fiscais para avaliar a mudança. 

O dono do imóvel foi notificado porque não possuía autorização para fazer os reparos no local, que é um setor de preservação rigorosa da Zona Especial de Preservação do Patrimônio Histórico-Cultural (Zeph) dez. 

O proprietário deve procurar a Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural (DPPC) e solicitar permissão, mas a recomendação é de que imóveis em área de preservação sejam pintados em tons pastel. Jorge Tales informou que vai ao órgão hoje. Caso não consiga a licença, vai pintar de outra cor.

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