Na noite da última quarta-feira, a Polícia Civil de Pernambuco agiu rapidamente para evitar um vexame colossal: por falta de pagamento aos fornecedores de combustível seria vetado, já na manhã de ontem, o abastecimento às viaturas da corporação. A pendenga foi resolvida depois do vazamento de um e-mail interno onde a Unidade de Transporte da instituição explicava aos policiais o motivo da proibição, e os veículos rodaram normalmente no dia de ontem. Mas o caso é apenas mais um que expõe a agonia estrutural por que passa a Polícia Civil, e que fica evidente quando se visita boa parte das delegacias da Região Metropolitana do Recife (RMR).
A unidade da Macaxeira, na Zona Norte da cidade, é o exemplo mais emblemático. O hall, por onde as pessoas deveriam circular, virou um depósito de motos apreendidas. Com muito esforço, consegue-se driblar os veículos e chegar à minúscula sala onde os boletins de ocorrência são feitos. “O problema é que a gente não tem impressora, então tem que mandar imprimir no cartório, que fica no andar de cima”, conta, em reserva, um policial que trabalha no local.