Familiares, amigos e alunos do professor de dança e bailarino Eduardo Freire, mais conhecido como Kuka, acompanharam o velório e sepultamento do corpo na tarde deste domingo, no cemitério do Parque das Flores, no bairro do Sancho, na Zona Oeste do Recife. O dançarino foi encontrado morto com golpes de faca na manhã do sábado, na casa de veraneio da família, em Enseada dos Corais, no Litoral Sul.
Entre os presentes, o clima era de revolta e emoção. “É uma coisa terrível isso que estamos vivendo. É muita revolta e muita insegurança. A pessoa vai passar um feriado na praia, para descansar, e não sabe se volta. Que mundo é esse?”, declarou a irmã de Kuka, Maria da Penha Freire Ribeiro. O professor morava com a mãe, que sofre do Mal de Alzheimer, no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife, e ia na casa de praia pelo menos uma vez por mês. “Ele cuidava de nossa mãe, sabia de tudo que ela tinha, dos horários dos remédios”, completou.
Os familiares também informaram que a praia ficou bastante perigosa nos últimos meses. Há relatos de várias casas de veraneio que foram assaltadas, além de assassinatos da região.
Eduardo Freire preparava-se para lançar seu primeiro espetáculo. Já tinha o nome: 1922, em homenagem à mãe dele, que nasceu nesse ano. “Era para comemorar os 40 anos de dança dele e mostrar o amor que ele tinha pela mãe. Mas nós vamos fazer em homenagem a ele”, disse a amiga Heloísa Duque. “Ele era uma pessoa maravilhosa, inspiradora, digna de muita admiração. Muitos alunos o chamavam de pai”, afirmou a dançarina Roberta Lins, que foi aluna dele e hoje integra o grupo Ballet Jovem do Recife, fundado por Kuka.
INVESTIGAÇÃO
A Polícia Civil deve definir nesta segunda qual delegado será responsável pela investigação da morte do bailarino. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, o caso ficará com a Delegacia de Homicídios Metropolitana Sul, chefiada pelo delegado Ricardo Silveira. Segundo a família, não foi informado se há suspeitos de quem possa ter praticado o crime.