A menos de 20 dias do fim do prazo para que a área localizada às margens da cabeceira da pista do Aeroporto Internacional do Recife, no Ipsep, Zona Sul do Recife, seja retomada, será iniciada nesta terça-feira (7), por técnicos da Prefeitura do Recife (PCR), o cadastramento dos moradores da Ocupação Cacique Chicão. O pedido de mapeamento foi feito pela juíza Joana Carolina Lins, da 12ª vara da Justiça Federal de Pernambuco (JFPE), durante audiência realizada na tarde desta segunda (6) na sede do órgão.
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Aproximadamente 500 famílias ocupam, há cerca de dois anos, o terreno localizado na Avenida Recife. A comunidade recebeu este nome em homenagem ao líder Xucuru assassinado em 1998, conhecido por sua luta contra a tomada de terras indígenas por latifundiários. No dia 23 de fevereiro, os ocupantes da área, que pertence à União, receberam um mandado de citação e intimação determinando que eles deixassem o local em até 30 dias. Posteriormente o prazo para a saída foi prorrogado por mais um mês.
“Já existe uma decisão judicial que determina a saída dessas pessoas daquele local. A audiência que fizemos hoje foi uma tentativa de um acordo entre as partes para uma desocupação pacífica”, afirmou a juíza Joana Carolina Lins.
Ainda de acordo com a magistrada, a Secretaria do Patrimônio da União, presente na audiência, alegou não possuir imóveis para ceder às pessoas que fazem parte da comunidade. A PCR, por sua vez, teria dito que não teria condições de ceder auxílios-moradias para os integrantes do grupo.
“Com essa radiografia que será realizada pela prefeitura, terei ideia do tamanho real da situação e assim poderei decidir quais as próximas atitudes a tomar”, comentou a juíza.
Inaldo Monteiro, coordenador da Ocupação Cacique Chicão, afirma que o grupo não sairá da área sem que seja determinado um outro local onde eles possam se alojar. “O movimento está preparado para resistir. Se a coisa não for favorável para a comunidade, não sairemos de lá”.