A Delegacia de Delitos de Trânsito assumiu, nesta segunda-feira (11), as investigações sobre a morte da estudante da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Camila Mirelle Pires da Silva, 18 anos. A jovem caiu de um ônibus lotado da linha Barro-Macaxeira que trafegava pela BR-101, na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife, sexta-feira (8). Testemunhas, motorista e cobrador do veículo começam a prestar depoimento esta semana.
“Estamos recebendo a ocorrência feita pela Central de Plantão, que tomou as primeiras providências. Agora, vamos partir para identificar o ônibus, o motorista, o cobrador e as testemunhas. Todos serão intimados”, afirma o delegado de Delitos de Trânsito, Nilson Mota. “Precisamos ordenar a dinâmica do acidente para depois imputar responsabilidades”, explica.
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De acordo com Nilson Mota, até a manhã desta segunda-feira (11) a Empresa Metropolitana, responsável pela linha Barro-Macaxeira, não havia apresentado nem o condutor do ônibus nem o cobrador. A polícia tem 30 dias para concluir o inquérito policial. “Por enquanto, é precipitado afirmar qualquer coisa sobre o acidente”, declara o delegado.
Estudante do curso de biomedicina da UFPE, Camila voltava para casa no ônibus, às 18h, quando a porta se abriu e ela foi arremessada para fora do veículo. Numa versão inicial, a jovem teria sido atropelada por outro coletivo que circulava pela mesma rodovia, depois de cair. Universitários que presenciaram a cena negam o suposto envolvimento de um segundo ônibus no acidente.
Em posts publicados no Facebook, os colegas dizem que Camila estava consciente após a queda e ainda chegou a reclamar de tontura, fortes dores, sono e sede. Ainda segundo os colegas, a estudante teria fornecido o número do telefone dos pais a pessoas que estavam no local do acidente, antes de ser socorrida e levada para o Hospital Getúlio Vargas, no Cordeiro, Zona Oeste do Recife.
Alunos da Universidade Federal fazem mobilização nesta segunda-feira (11), a partir das 16h30, contra a morte da colega Camila Mirelle. A concentração do protesto é no Centro de Ciências Biológicas (CCB). De lá, o grupo segue em direção ao local do acidente, a BR-101, nas imediações da Casa do Estudante da UFPE.
NOTA
Pouco depois do meio-dia desta segunda-feira (11), a Metropolitana enviou nota à imprensa falando oficialmente sobre o acidente. Leia o texto na íntegra: "A Empresa Metropolitana lamenta profundamente o acidente ocorrido na noite da última sexta-feira com a usuária Camila Mirele Pires da Silva na linha Barro-Macaxeira. A empresa informa que está à disposição para apoiar a família. Afirma, ainda, que continuará contribuindo para o esclarecimento dos fatos junto às autoridades competentes. A Metropolitana se prontificou a prestar todos os esclarecimentos necessários, tomando as medidas cabíveis, destacando que seus prepostos em nenhum momento se evadiram do local, prestando o socorro imediato".