Zona Oeste

Comunidade no Jiquiá é alvo de reintegração de posse

Cerca de 1500 moravam na área desde o começo de maio

Do JC Online
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Publicado em 21/05/2015 às 7:50
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Atualizada às 17h00

Os moradores da Ocupação Olga Benário estão deixando na manhã desta quinta-feira (21) o terreno que ocupam desde o começo de maio, no bairro do Jiquiá, Zona Oeste do Recife. A ordem de despejo expedida pelo juiz Paulo Torres Pereira da Silva da 21ª Vara Cível do Recife está sendo cumprida por quatro oficiais da justiça e 800 policiais militares. O que começou com uma desocupação pacífica se tornou confronto.

Segundo a polícia, a corporação chegou ao terreno por volta das 6h e encontrou boa parte dos barracos já desocupada. Das 1500 famílias que moravam a área, apenas cerca de 50 pessoas estavam dormindo no local nesta manhã. A desocupação começou pacificamente, mas, por volta das 8h10, alguns moradores iniciaram uma resistência. O grupo bloqueou a Avenida Recife em protesto e a polícia reagiu com bala de borracha, bombas de fumaça e spray de pimenta. "Os policiais simplesmente começaram a atirar e algumas pessoas foram atingidas. Minha companheira levou um tiro na perna e caiu no chão de joelhos. Uma bala também pegou em mim, mas foi de longe", conta um jovem, que não revelou a identidade. "Não tinha necessidade disso, jogaram spray de pimenta até nas crianças", completa uma moradora.

 

Assista a vídeo realizado no momento da reintegração de posse: 

 

 

"Estamos sendo proibidos de retirar nossos pertences dos barracos. A polícia está ameaçando nos prender, mas nós não somos bandidos, apenas lutamos por uma moradia", protestou um integrante da ocupação que preferiu não se identificar. Até o momento, três pessoas foram detidas. O terreno foi cercado e um trator começou a derrubar os barracos desocupados.

Foto: Guga Matos/JC Imagem
Reintegração de posse na Comunidade Olga Benário - Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Reintegração de posse na Comunidade Olga Benário - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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De acordo com um representante de Comissão de Luta dos Moradores, Misael Francisco, as famílias não foram comunicadas sobre a reintegração de posse. "Nenhum documento foi apresentado para informar aos moradores sobre a desocupação. Agora nós estamos pedindo que o poder público tome alguma atitude. Essas pessoas não têm para onde ir", explica Misael. Ainda de acordo com a polícia, foram disponibilizados cinco caminhões para fazer o transporte dos bens dos moradores. 

A área de aproximadamente 40 hectares fica nas proximidades da sede da Justiça Federal e foi ocupado no dia 4 de maio por famílias vindas das comunidades do Vietnã, San Martin e Cacique Xicão.

À tarde, a Polícia Militar emitiu uma nota sobre o caso. Confira na íntegra:

A Polícia Militar de Pernambuco foi requisitada, no início da manhã desta quinta-feira (21), a dar apoio ao cumprimento do Mandado de Reintegração de Posse, que foi expedido pelo juiz de direito Paulo Torres Pereira da Silva, da 21ª Vara Cível da Capital, em favor de Jiquiá Desenvolvimento Imobiliário SPE LTDA, do Loteamento Ecocity Jiquiá. A desocupação começou às 6h e assim que tomaram conhecimento, os ocupantes saíram de forma pacífica do local. Apenas cerca de 50 ocupantes estavam no loteamento no momento que o oficial de justiça leu o mandado determinando a saída deles. 

A PM empregou na operação o efetivo de 800 policiais militares, lotados nos batalhões de área e especializados da Região Metropolitana do Recife, sob o comando do 12º Batalhão, unidade responsável pelo emprego dos PMs. 

INTERDIÇÃO DE VIAS – Durante a operação de reintegração, alguns vândalos, que, em princípio, não tem relação com os acampados no loteamento Ecocity Jiquiá, fizeram a interdição de vias em, pelo menos, dois pontos do entorno do local, um que liga a BR 232 a BR 101, em frente ao Hospital da mulher e outro na avenida João Cabral de Melo Neto, em San Martin. Nas interdições eles queimaram pneus e incendiaram a carcaça de um veículo. Houve encaminhamento de, pelo menos, dez pessoas à Central de Flagrantes por terem cometido crimes de vandalismo, lesão corporal, ameaça e depredação ao patrimônio público e privado. Uma pessoa foi encaminhada ao Depatri por pilotar uma moto de cinquenta cilindradas roubada e estar de posse de faca peixeira. A ação dos vândalos resultou também na agressão a pedradas contra dois policias militares que foram levemente feridos, além de terem depredado o vidro de um coletivo da empresa Metropolitana.

 

 

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