História

Primeiro pouso do Zeppelin no Recife completa 85 anos

Data será comemorada com festa, lançamento de livro e mostra fotográfica. Projeto do Parque Científico e Cultural do Jiquiá ainda não foi implantado

Cleide Alves
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Cleide Alves
Publicado em 21/05/2015 às 8:08
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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O primeiro pouso do Graf Zeppelin no campo do Jiquiá, bairro da Zona Oeste do Recife, completa 85 anos nesta sexta-feira, 22 de maio, sem que a cidade veja implantado, no local, o Parque Científico e Cultural prometido há anos pela prefeitura. De todas as ações anunciadas, poucas se concretizaram, como a restauração da torre de atracação do dirigível e a recuperação de parte dos paióis construídos pelas Forças Armadas para guardar armamento durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando as viagens com os balões já estavam suspensas.

De acordo com a prefeitura, o projeto do parque está mantido e o município continua em busca de recursos para executar a obra. Enquanto isso, o campo do Jiquiá está aberto a visitação de estudantes, com atividades que mesclam a era dos balões dirigíveis e a preservação ambiental. Na sexta-feira (22), a população é convidada a celebrar os 85 anos da chegada do Zeppelin à capital pernambucana com programação em volta da torre de atracação, a partir das 8h. À noite, haverá lançamento de livro e exposição fotográfica, no Museu da Cidade do Recife.

Pela manhã, a festa começa com girândola de fogos, toque de corneta e discursos sobre o projeto do parque. “Teremos um bolo com mais de quatro metros de comprimento, pessoas vestidas a caráter e mais de 500 saquinhos personalizados de bombons para distribuir com crianças”, diz o escultor Jobson Figueiredo, responsável pela restauração da torre de pouso de dirigíveis do Jiquiá, a última existente no mundo.

A programação é feita em conjunto com a Associação de Preservação Ambiental do Zeppelin (Apaz) e a Associação de Mães do Zeppelin, formadas por moradores do bairro. Parte deles vive numa ocupação na área do parque. A Apaz é composta de pessoas treinadas por Jobson Figueiredo para atuar na preservação do lugar. Pesquisadores do Espaço Ciência também participam da festa, com atividades educativas para jovens e adultos. Nessa quarta-feira (20), a prefeitura estava limpando e capinando o terreno.

Ao mesmo tempo, os organizadores da exposição fotográfica preparavam o Museu da Cidade do Recife, instalado no Forte das Cinco Pontas, no bairro de São José, Centro da cidade, para receber o público a partir das 19h da sexta-feira (22). A mostra O Zeppelin no Recife ficará em cartaz até 26 de junho com projeções, fotografias e músicas da década 30 do século 20. A curadoria é de Jobson Figueiredo, do historiador Dirceu Marroquim e da diretora do museu, Betânia Corrêa de Araújo.

No mesmo evento, será lançado o livro Zeppelin no Recife, com textos de Jobson e Dirceu Marroquim, em português, inglês e alemão. A publicação é ilustrada com 30 postais raros, da coleção particular do escultor e do acervo do museu, e poderá ser adquirida no Forte das Cinco Pontas por R$ 30.

Acervo: Jobson Figueiredo
Graf Zeppelin sobrevoando a Rua da Aurora, no Centro do Recife, na década de 30 do século 20 - Acervo: Jobson Figueiredo
Acervo: Jobson Figueiredo
Imagem da atracação do Graf Zeppelin no campo do Jiquiá, no Recife. Dirigível partia da Alemanha - Acervo: Jobson Figueiredo
Acervo: Jobson Figueiredo
O Rio Capibaribe e o Graf Zeppelin sobrevoando a cidade do Recife, na década de 30 do século 20 - Acervo: Jobson Figueiredo
Acervo: Jobson Figueiredo
Desembarque de passageiros do Graf Zeppelin no campo do Jiquiá, bairro da Zona Oeste do Recife - Acervo: Jobson Figueiredo
Acervo: Jobson Figueiredo
Jornal A Notícia, exposto numa banca, divulga a presença do Graf Zeppelin na cidade do Recife - Acervo: Jobson Figueiredo
Divulgação
Livro Zeppelin no Recife, lançado em comemoração aos 85 anos do primeiro pouso do balão na cidade - Divulgação
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Torre de atracação do Zeppelin no Jiquiá (Recife). Primeiro pouso completou 85 anos em 22/05/2015 - Foto: Guga Matos/JC Imagem
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Torre de atracação do Zeppelin no Jiquiá (Recife). Primeiro pouso completou 85 anos em 22/05/2015 - Foto: Guga Matos/JC Imagem
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Torre de atracação do Zeppelin no Jiquiá (Recife). Primeiro pouso completou 85 anos em 22/05/2015 - Foto: Guga Matos/JC Imagem
Foto: Guga Matos/JC Imagem
A cidade do Recife tem a única torre de atracação dos balões dirigíveis ainda existente no mundo - Foto: Guga Matos/JC Imagem
Foto: Guga Matos/JC Imagem
A cidade do Recife tem a única torre de atracação dos balões dirigíveis ainda existente no mundo - Foto: Guga Matos/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Torre de atracação do Zeppelin, no Jiquiá (Recife), foi restaurada em 2013 por Jobson Figueiredo - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
A cidade do Recife tem a única torre de atracação dos balões dirigíveis ainda existente no mundo - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Torre de atracação do Zeppelin no Jiquiá (Recife). Primeiro pouso completou 85 anos em 22/05/2015 - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
A cidade do Recife tem a única torre de atracação dos balões dirigíveis ainda existente no mundo - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Torre de atracação do Zeppelin, no Jiquiá (Recife), foi restaurada em 2013 por Jobson Figueiredo - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Paiol de armamentos da 2ª Guerra Mundial construído no antigo campo de pouso do Jiquiá, no Recife - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Torre de atracação do Zeppelin, no Jiquiá (Recife), foi restaurada em 2013 por Jobson Figueiredo - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

 

Por sete anos, de 1930 a 1937, os balões dirigíveis – Graf Zeppelin e Hindenburg – realizaram viagens entre a Alemanha e o Recife. As aeronaves eram fabricadas na cidade alemã de Friedrichshafen e saíam de lá para o Brasil. As viagens foram suspensas após a explosão do Hindenburg em 6 de maio de 1937, perto de Nova Iorque.

O Zeppelin que pousou pela primeira vez no Recife, em 22 de maio de 1930, tinha 235 metros de comprimento e se deslocava a 110 quilômetros por hora. Com o fim das viagens, as Forças Armadas construíram dez paióis no terreno de 35 hectares, para guardar armamentos. Dois dos depósitos foram destruídos. A proposta do parque prevê a implantação de museus nessas edificações, para contar a história do Zeppelin e da Segunda Guerra Mundial.

“No momento, fazemos a manutenção da torre de atracação e dos paiois. O parque não existe ainda, mas já oferecemos atividades para estudantes, com trilhas e projeções de filmes sobre os dirigíveis”, afirma Rivaldo Mano Casado, gestor de Economia Local da Secretaria de Desenvolvimento e Empreendimento do Recife. Os alunos também são orientados a manter práticas sustentáveis, como separar o lixo reciclável do orgânico.

Em 2015, a secretaria pretende colocar mesas para piquenique no local, confeccionadas com material de demolição, como forma de estimular a visitação. “A Praça da Juventude, que está pronta, será incorporada ao parque, com atividades físicas. Só estamos esperando finalizar o processo de transferência do equipamento do Estado para o município”, diz Rivaldo Mano.

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