Zona Sul

Ex-funcionários do Banco Azteca protestam em Boa Viagem

Grupo pede o pagamento de verbas rescisórias e direitos trabalhistas

Do JC Online
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Publicado em 25/05/2015 às 10:27
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Um grupo de ex-funcionários do Banco Azteca protestam na manhã desta segunda-feira (25) contra o atraso no pagamento de verbas rescisórias e direitos trabalhistas. Aproximadamente 200 trabalhadores se reuniram na Praça Cidade do Porto, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, e pretendem sair em caminha até a sede da empresa no estado, na Avenida Domingos Ferreira, um percurso de 200 metros. O grupo informou que 537 funcionários do Banco foram demitidos no último dia 7.

Ainda segundo os manifestantes, o prazo para o pagamento das verbas rescisórias teria terminado no dia 15, mas nada foi depositado na conta dos ex-funcionários. "O banco nos disse que não vai pagar as verbas rescisórias, apenas liberar o FGTS. Também não recebemos o mês de abril", explicou o ex-funcionário Maurício Silva. Entre os demitidos havia grávidas, mulheres em licença maternidade, estagiários, chefes de setor e até um funcionário que estava hospitalizado devido a um acidente de trabalho. A empresa explicou, segundo os ex-funcionários, que não tinha mais dinheiro para pagar os empregados.

"O tempo todo éramos julgados como pessoas burras e preguiçosas pelos representantes do banco por sermos brasileiros. Algumas pessoas trabalhavam aqui por até 16 horas. Eles se consideram superiores e não nos respeitaram", conta uma das ex-funcionárias do banco, Kátia Cristina, que trabalhava na empresa há 7 anos. O porta-voz do Grupo Salinas, responsável pelo Banco Azteca e pelas Lojas Elektra, Rui Nogueira, desmentiu as denúncias. Segundo ele, o grupo nunca recebeu nenhum tipo de reclamação a respeito disso. "Desmentimos cabalmente as denúncias de assédio. Nunca chegou até nós nenhum tipo de denúncia a respeito disso e nós nunca tomamos conhecimento desse tipo de fato", ratificou.

No último dia 18, o grupo realizou um outro protesto. Na ocasião, o Grupo Salinas, responsável pelo Banco Azteca e pelas Lojas Elektra, falou que todos os direitos dos profissionais demitidos estão assegurados e nenhum funcionário será lesado. 

"O banco continua operando normalmente. As demissões foram na loja Elektra, já que de 35 lojas, 33 foram fechadas. Estamos fazendo um estudo de reposicionamento para saber como se comporta o mercado e a economia locais. O que ocorreu, e acabou ocasionando o protesto, foi uma falha de comunicação entre os profissionais e a empresa. Nós preservamos os direitos dos trabalhadores e respeitamos os profissionais. Todos os sindicatos da categoria receberam um telegrama comunicando a preservação desses direitos e hoje enviamos o mesmo telegrama a cada trabalhador", afirmou Nogueira.

O site do Banco Azteca informa que o banco mexicano surgiu em 2002, a partir da oportunidade gerada pela baixa bancarização do México e está orientado para o público de menor renda. A empresa possui 1.400 filiais e cerca de 15 milhões de clientes. As lojas Elektra, que também fazem parte do Grupo Salinas, encerraram suas atividades neste mês, em todo o Brasil. O banco Azteca funcionava dentro das lojas da Elektra e em 2013, a Elektra também deixou a Argentina. No entanto, tais fechamentos parecem não abalar a fortuna do bilionário Ricardo Salinas, presidente do grupo. No primeiro trimestre de 2015, o Grupo Salinas teve receita de R$ 3,96 bilhões, 11% a mais do que o mesmo período de 2014.

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