A casa modesta com terraço em arcos onde Paulo Freire (1921-1997) morou durante nove anos, na infância, deverá ser transformada num memorial para preservar a história de vida do educador brasileiro. Localizada no topo de uma ladeira em Santo Aleixo, no município de Jaboatão dos Guararapes, a propriedade está sendo negociada pela prefeitura, que pretende comprar ou alugar a edificação.
Recifense de nascimento, Paulo Freire é reconhecido internacionalmente pelo método de educação popular que desenvolveu para a alfabetização e a conscientização política de operários jovens e adultos. Além da proposta do memorial, a prefeitura abriu processo para dar à casa o status de bem tombado, com preservação no âmbito municipal.
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“Só falta a concordância dos proprietários para concluir o processo. Até a decisão final, a edificação está protegida”, informa o secretário de Cultura de Jaboatão, Isaac de Luna. Ele protocolou na Fundação de Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) pedido de tombamento estadual para a casa, que está alugada e não pertence à família do educador.
A ideia é abrir a edificação à visitação pública, com biblioteca, cursos para as comunidades próximas (Santo Aleixo, Vila Rica e a zona rural da cidade) e atividades acadêmicas, explicam Raniere Rodrigues, coordenador de Extensão das Faculdades Guararapes, e Vanessa Piasson, diretora Acadêmica de Qualidade da instituição.
Parceira do projeto, as Faculdades Guararapes assinaram quarta-feira (27) à noite termo de cooperação técnica com a prefeitura. Com isso, o Departamento de Arquitetura do estabelecimento de ensino poderá fazer o mapa dos danos do imóvel, necessário para a elaboração do projeto de restauração e adaptação ao novo uso, que também ficará sob responsabilidade da faculdade.
Alunos e professores de pedagogia, turismo, história e administração também estarão envolvidos, diz Raniere. Na próxima semana, a prefeitura tem reuniões agendadas com a Fundarpe, os proprietários da casa e a viúva de Paulo Freire, que estará em Pernambuco para discutir o assunto.
“Vamos em busca de parceiros públicos, como a Fundarpe e a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), e entidades privadas para ajudar na implantação do memorial e na manutenção do espaço”, declara Isaac de Luna.
A casa é uma construção do século 20 e já existia quando a família de Paulo Freire chegou ao bairro. “Ele foi um importante morador de Jaboatão, é o Patrono da Educação Brasileira e essa história precisa ser contada”, diz Isaac.
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