A Corregedoria da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) abriu nesta quinta-feira (28) uma sindicância para apurar as circunstâncias da rebelião que resultou em dois adolescentes mortos e nove feridos no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. De acordo com a fundação, dois dos feridos já receberam alta médica do Hospital Regional do Agreste (HRA) e nenhum deles corre risco de morte. A manhã desta quinta é tranquila e uma revista foi realizada na unidade, mas o balanço ainda não foi divulgado.
Os adolescentes de 16 e 17 anos foram brutalmente assassinado. O primeiro, natural de Caruaru, teve o corpo carbonizado e encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife para a realização de exame de DNA para identificação formal. O segundo, de Santa Cruz do Capibaribe, teve a cabeça decapitada e o corpo foi levado para o IML de Caruaru.
De acordo com o comissário da Polícia Civil, Carlos Henrique, a rebelião teria sido iniciada por volta das 18h30 e foi controlada às 20h30. “Os internos das casas conseguiram serrar as grades e arrombar as portas. Estes internos são os responsáveis pelas mortes que ocorreram, tanto a decapitação, quanto a carbonização do outro menor”, explica. Nenhum agente foi ferido.
Ainda segundo o comissário, duas das cinco alas da unidade participaram da rebelião, mas os reeducandos da casa 5, todos maiores de idade, não teriam participado diretamente. “A gente apurou que eles não saíram de dentro das celas, mas teriam comandado o tumulto. Existe uma rixa entre os internos dos módulos e os reeducandos das casas. Vamos apurar como entraram as armas que foram utilizadas”, conta.
A sindicância da Corregedoria da Funase será feita paralela às investigações policiais, para investigar o que motivou a rebelião. A fundação informa ainda que os familiares dos adolescentes feridos e mortos terão todo o apoio e suporte necessários tanto sobre informações quanto para o funeral.
O Case Caruaru tem capacidade para 100 adolescentes do sexo masculino, com idades de 12 a menos de 18 anos, independentemente do tipo de ato infracional praticado. Na ocasião da rebelião, 162 menores estavam na unidade.