Após a interdição feita pela Defesa Civil de Olinda, os cerca de 60 seminaristas e padres residentes no Seminário Nossa Senhora da Graça, no Sítio Histórico, começam a desocupar o local nesta sexta-feira (5). Os estudantes de Filosofia e Teologia irão morar agora no Centro Arquidiocesano de Pastoral Dom Vital, no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife. Antes da saída, o arcebispo dom Fernando Saburido presidirá uma Missa campal.
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De acordo com o arcebispo metropolitano, a principal preocupação é a segurança dos alunos. “Estamos tomando a medida em caráter de urgência para evitar que acidentes possam vitimar os moradores ou frequentadores. Estamos aguardando a autorização do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional [Iphan] para iniciarmos a captação de pouco mais de R$ 3 milhões para iniciarmos as obras emergenciais”, explicou dom Fernando.
O prazo máximo dado para a saída dos moradores é de 15 dias e a arquidiocese tem ainda sete dias para desocupar todo o imóvel. Os estudantes dividirão o Centro Arquidiocesano de Pastoral Dom Vital com cerca de 10 estudantes do Seminário Menor Nossa Senhora da Conceição – ensino preparatório para os cursos de filosofia e teologia.
A interdição do conjunto arquitetônico, que é formado pela Igreja de Nossa Senhora da Graça e pelo Seminário, foi determinada na última quinta-feira (28) após vistorias realizadas pela Defesa Civil a pedido da Arquidiocese de Olinda e Recife e por recomendação do Iphan. Segundo a secretária executiva da Defesa Civil, Kátia Marsol, o piso da igreja está com deformações no trecho central e o assoalho do primeiro andar do Seminário está com cupins. No térreo, um jardim de inverno está provocando infiltrações e trincando o piso do terraço, ao redor dos quartos. Os danos se enquadram no grau 4 da escala de risco definida pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), configurando grande perigo para os frequentadores do local, segundo Marsol.
De acordo com o reitor do Seminário de Olinda, padre João Bosco, a interdição do prédio já era esperada pela Arquidiocese. "Havia uma expectativa de que isso fosse acontecer, porque desde o momento em que a Defesa Civil esteve aqui, à pedido da Arquidiocese de Olinda e Recife, essa hipótese foi levantada", contou.
A obra emergencial está orçada em 3 milhões e 704 mil reais, segundo o superintendente do Iphan-PE, Frederico Faria. "Esse dinheiro é necessário para que a gente possa finalizar as obras emergenciais e elaborar os projetos complementares". Os recursos, no entanto, ainda não estão garantidos. Segundo o superintendente, há propostas de sensibilização para empresários de acordo com a Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), de modo que os empresários que colaborarem, possam receber abatimento do imposto de renda.