Mobilidade

Trânsito da Cidade Alta de Olinda dá um nó

Motoristas tentam fugir de congestionamentos e saturam ladeiras da cidade tombada

Do JC Online
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Publicado em 13/06/2015 às 7:25
Foto: Ricardo B. Labastier/ JC Imagem
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A velha canção de Alceu Valença exaltando “a paz dos mosteiros da Índia” nas ladeiras de Olinda já não faz mais sentido na cidade tombada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade há mais de duas décadas. Pelo menos, não nas manhãs de segunda a sexta-feira. Fugindo do trânsito pesado na Avenida Sigismundo Gonçalves na altura do Colégio de São Bento, entre o Carmo e o Varadouro, centenas de veículos engarrafam as ruas de igrejas barrocas e antigos sobrados no Sítio Histórico.

“Às 7h, o barulho das buzinas já não deixa ninguém mais dormir”, diz o produtor cultural Alexandre Albertim, morador da Ladeira da Misericórdia. Apesar de muito íngreme e do calçamento irregular de pedras antigas, a via é uma das alternativas tomadas por quem acessa a Cidade Alta, a partir da Praça Dantas Barreto, no início do bairro do Carmo, após a Praça 12 de Março, em Bairro Novo.

Quando não descem pela Ladeira da Misericórdia, os motoristas contornam a igreja de mesmo nome, ao lado da Academia Santa Gertrudes, e pegam a Rua Coronel Joaquim Cavalcanti, para sair no Largo do Varadouro. “Os motoristas são apressados e, como não conhecem bem o trânsito da Cidade Alta, pioram ainda mais a situação pegando várias contramãos nas ladeiras”, diz ele. 

Foto: Ricardo B. Labastier/ JC Imagem
Carros tomam conta do Sítio Histórico de Olinda e transformam local em verdadeiro caos - Foto: Ricardo B. Labastier/ JC Imagem
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Carros tomam conta do Sítio Histórico de Olinda e transformam local em verdadeiro caos - Foto: Ricardo B. Labastier/ JC Imagem
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Carros tomam conta do Sítio Histórico de Olinda e transformam local em verdadeiro caos - Foto: Ricardo B. Labastier/ JC Imagem
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A reportagem do JC verificou o que denuncia o morador. Na sexta-feira pela manhã, motoristas vindos de Bairro Novo entravam no Sítio Histórico a partir da Praça do Carmo. Para chegar ao Largo do Varadouro, de onde acessam as Avenidas Cruz Cabugá e Agamenon Magalhães, no Recife, sobem pela Rua 27 de Janeiro, a rua do Clube Carnavalesco Pitombeira. O caminho que fazem, no entanto, é contramão. “Não há um único guarda de trânsito para orientar o fluxo e coibir abusos”, aponta. Comuns ao longo do dia, nenhum agente de trânsito circulava nas primeiras horas da manhã de ontem nas principais ruas do Sítio Histórico.

“A Cidade Alta vira um corta-caminho de todos os tipos de veículos. Eles sobem e descem desembestados e a quantidade de carros é bem superior ao movimento normal dos moradores”, diz a médica veterinária e moradora da Rua do Bonfim Cristiane Gondim, apontando o risco de atropelamentos. “Se você vai no contrafluxo, os motoristas invasores só faltam passar por cima de você. É claro que Olinda não suporta tanta trepidação. A cidade está afundando, as casas rachando e o governo se lixando, pois não faz nada para coibir mais abuso com o patrimônio público”, diz.

Para vários condutores, as ladeiras são a alternativa de se chegar cedo ao destino. “Se a gente não vai por cima, não anda por baixo. Às 7h40 da manhã, o trânsito não anda mais na Sigismundo Gonçalves”, diz o empresário Argemiro Vasconcelos. Principal caminho da Cidade Alta em direção ao Largo do Varadouro, a Rua de São Bento que desemboca da 15 de Novembro (a ladeira da prefeitura) fica tão congestionada quanto a grande avenida na cidade baixa. 

MUDANÇAS

O secretário de Transportes e Trânsito de Olinda, Oswaldo Lima Neto, afirma que o excesso de veículos na Cidade Alta já foi identificado e para enfrentá-lo a ideia é inverter o trânsito na Avenida Luiz Gomes, principal acesso dos motoristas que querem fugir das vias principais. “Isso deve ser feito em até dois meses, respeitando o plano de circulação local que está em andamento”, informa. “Vale salientar que apenas veículos de grande porte estão proibidos de circular na Cidade Alta. Não creio, também, que o fluxo prejudique o patrimônio, mas não é interessante”, comenta o secretário.

Quanto à questão da fiscalização, o gestor destaca a necessidade de os agentes de trânsito atuarem na fluidez do tráfego em horário de pico, nas vias principais. “Não dá para estarem em todas as ruas, temos 90 agentes, tirando os de férias e licenças, dá uma média de 20 por turno”, argumenta. Há duas semanas, o município implantou uma “onda verde” nos semáforos das Avenidas Sigismundo Gonçalves e Olinda. “O problema é gente querendo levar vantagem”, diz.

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