Transporte

Greve dos rodoviários chega ao segundo dia

Usuários do transporte coletivo sofrem com poucos coletivos devido à greve dos rodoviários

Do JC Online
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Publicado em 15/07/2015 às 8:30
Foto: Valéria Oliveira/ JC
Usuários do transporte coletivo sofrem com poucos coletivos devido à greve dos rodoviários - FOTO: Foto: Valéria Oliveira/ JC
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Os motoristas e cobradores de ônibus da Região Metropolitana do Recife (RMR) seguem para o segundo dia de greve nesta quarta-feira (15). Assim como na terça, poucos coletivos são vistos nas ruas e quem depende do transporte público enfrenta longa espera e ônibus cheios. Segundo o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), o número de veículos circulando por volta das 6h era de 42%, subiu para 51% às 7h e chegou a 54% às 8h. Cerca de dois milhões de pessoas são prejudicadas com a paralisação por tempo indeterminado da categoria.

Nos principais corredores da capital pernambucana, os veículos estão circulando em número reduzido. O mesmo acontece nos Terminais Integrados. "A situação do T.I. de Rio Doce hoje [15] é pior que ontem [14], desde 6h30 esperando e apenas dois ônibus passaram", conta Tácio Lima pelo Twitter. Também em Olinda, no Terminal de Xambá, os passageiros se amontoam nas plataformas esperando pelos coletivo, que estão quase todos parados.

No Terminal Joana Bezerra, os ônibus passam com certa frequência, mas, ainda assim, os que chegam são disputados pelos passageiros e as paradas continuam lotadas. Os pontos de ônibus da PE-15 estão todas cheias e os passageiros reclamam que os coletivos não param. "Não consegui pegar o ônibus na parada e decidi tentar no terminal da PE-15", diz, em entrevista à Rádio Jornal, Priscila Cristina que destacou a desorganização do local. "Quando os coletivos chegam as pessoas correm para pegar e desrespeitam a fila", completou.

Quem depende do BRT (Bus Rapid Transit), que faz o transporte de passageiros pelos corredores Norte/Sul e Leste/Oeste, também sofre. Segundo o Grande Recife Consórcio, os veículos não foram para as ruas pelo segundo dia consecutivo para priorizar os coletivos comuns, que param em mais pontos e, assim, poderiam beneficiar mais passageiros.

Contrariando a maioria dos TIs, o tempo de espera na Estação Central é de até 20 min e os passageiros consideram a movimentação normal. No TI do Barro, em Jardim São Paulo, a manhã também é tranquila, com poucos ônibus, mas também com poucos passageiros esperando.

Os motoristas de ônibus, cobradores e fiscais rejeitaram em assembleia, sexta-feira passada, a proposta patronal de reajuste de 9,5% nos salários e de 27% no tíquete-alimentação. Atualmente, eles ganham, respectivamente, R$ 1.765, R$ 812 e R$ 1.141 e querem aumento de 12%. Caso tivessem aceitado o índice dos patrões, motoristas passariam a ganhar R$ 1.933, cobradores R$ 889 e fiscais R$ 1.250. O tíquete-alimentação hoje é de R$ 188. Os empresários de ônibus se dispõem a pagar R$ 220, mas os rodoviários querem R$ 300.

Está marcada para a manhã desta quarta uma audiência de conciliação entre rodoviários e empresários de ônibus. Será a última tentativa de acordo antes que seja instaurado dissídio coletivo. Caso não haja entendimento, os desembargadores vão julgar a legalidade do movimento e as cláusulas econômicas da campanha salarial.

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