O sentimento de tristeza e o desejo de justiça marcaram, neste sábado (18), a missa de trigésimo dia em homenagem à jovem Maria Alice Seabra, de 19 anos, estuprada e assassinada pelo próprio padrasto, Gildo da Silva Xavier.Familiares e amigos compareceram à cerimônia na Capela de Santo Antônio, na Vila Tamandaré, próximo da casa onde a jovem morava, no bairro da Estância.
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“Deus vai fazer justiça. A polícia já fez a sua parte. Agora, Deus vai resolver a vida desse ‘ser humano’ que não tem nada de humano. Tem de monstro”, afirmou o tio de Alice, Valdecir Arruda, que disse só ter lembranças boas da sobrinha.
Na pregação aos fiéis, o padre Hewerton de Castro buscou confortar a família e criticou os casos de violência contra a mulher. “Ela era muito querida pelos que a conheciam. Muitos que estudaram com ela fazem parte do nosso grupo de crisma e sofreram com a situação inesperada e brutal. Já rezamos algumas missas na intenção dela e espero que a família tenha o alento necessário. Alice foi vítima da violência e da injustiça contra a mulher. Essa situação precisa ter um fim um dia”, disse o religioso ao JC.
A mãe de Alice, Maria José Arruda, chorou em vários momentos durante a celebração. Na saída da igreja, ela foi abraçada por amigos da filha. Depois que o padrasto confessou o crime, no dia 25 de junho, ela foi morar com a outra filha, Angélica Seabra, em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana, para deixar a casa onde viveu com a filha e com Gildo.
Amigas que estudaram com Alice organizaram a missa junto com a família. Elas homenagearam a jovem segurando cartazes durante a cerimônia. As meninas também vestiam camisas confeccionadas com a foto da amiga seguida da mensagem “#eternaAlice”. Nas costas, a camisa reproduzia o desenho de um panda pintado por Alice para ser o mascote do grupo durante uma gincana escolar.