Mobilidade

Sem equipamentos tecnológicos adequados, CTTU usa Twitter para comunicar interferências nas vias

O órgão dispõe de 90 câmeras de monitoramento, 450 orientadores e 430 agentes de trânsito para colher informações

Do JC Online
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Publicado em 29/07/2015 às 8:22
Divulgação/CTTU
O órgão dispõe de 90 câmeras de monitoramento, 450 orientadores e 430 agentes de trânsito para colher informações - FOTO: Divulgação/CTTU
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Não bastassem os constantes congestionamentos provocados pelo excesso de veículos no Recife, é cada vez mais comum o motorista se deparar com importantes vias da cidade bloqueadas por manifestantes – como aconteceu ontem nas Avenidas Agamenon Magalhães, área central, e General San Martin, Zona Oeste. Sem qualquer previsão para adquirir Painéis de Mensagens Variáveis (PMV), a fim de comunicar possíveis desvios nessas situações, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) vem encontrando apoio nas redes sociais.

O Twitter do órgão (@CTTU_recife ) contabiliza 105 mil seguidores e é alimentado em tempo real por informações da Central de Operações e Trânsito (COT), onde estão instaladas 90 câmeras que observam 85 corredores da cidade. “Também contamos com os orientadores (450 ao todo) e agentes de trânsito (430) que repassam de imediato as informações das ruas para a central. Juntos, os equipamentos e o pessoal são nossos olhos nas ruas”, salienta a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.

A rede foi bastante utilizada, ontem. Pela manhã, vigilantes do Hospital Getúlio Vargas (HGV) bloquearam duas vezes a Avenida General San Martin, no Cordeiro. À tarde, foi a vez de vigilantes do Hospital da Restauração (HR) fecharem a Avenida Agamenon Magalhães, uma das principais vias da cidade, com fluxo de 89 mil veículos por dia. “Também disponibilizamos nove links para os principais veículos de comunicação (como o JC), que nos ajudam muito a informar a população sobre interferências no trânsito”, observa.

A gestora, admite, contudo, que os painéis eletrônicos, de fato, são a solução mais utilizada pelos órgãos de trânsito para interagir com os motoristas nas ruas – até porque celular e direção não combinam. “Eles são de grande importância, mas muitas vezes as possibilidades de desvio são poucas ou inexistem. O ideal era que houvesse obrigatoriedade de o órgão de trânsito ser informado previamente dessas manifestações, para evitar prejuízos à população. É angustiante para quem trabalha com trânsito ver uma via importante como a Avenida Agamenon Magalhães, cercada de hospitais, sendo frequentemente bloqueada”, defende. “Não estamos falando em impedir manifestações públicas, mas evitar o fechamento sem aviso prévio”.

Segundo Taciana, houve uma primeira etapa de licitação para aquisição de 13 painéis eletrônicos, junto com equipamentos de fiscalização eletrônica de vias onde funcionam a Faixa Azul – corredores exclusivos para transporte público. “Mas não há dotação orçamentária para isso no momento, apenas temos a possibilidade de adquiri-los por meio da mesma empresa que está instalando os equipamentos de fiscalização. Nem preço sabemos ainda e é preciso ter muito cuidado com a poluição visual, para não tirar a atenção do motorista”, destaca.

No caso de esse processo vir a ser concluído, contudo, a Avenida Agamenon Magalhães não estaria beneficiada. Os painéis seriam instalados nas Avenidas Herculano Bandeira, Mascarenhas de Moraes e Conselheiro Aguiar, na Zona Sul; e na Avenida Beberibe, Estrada Velha de Água Fria (Zona Norte), Abdias de Carvalho e Recife (entre as Zonas Oeste e Sul). Isso porque estão vinculados aos corredores de Faixa Azul, para os quais foram licitadas 206 câmeras de fiscalização. 

As primeiras 22 câmeras foram anunciadas para entrar em funcionamento na Avenida Mascarenhas de Moraes, na Imbiribeira, Zona Sul, em junho, depois em julho, e acabaram adiadas para agosto. A justificativa da CTTU é que faltaram alguns equipamentos e ainda restaria reforçar a sinalização da via, apagada em vários trechos. A implantação desses aparelhos deverá se estender até o ano que vem por falta de recursos. A ação estava inclusa em orçamento federal, mas o município assumiu a despesa para acelerar a execução do projeto.


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