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Clima de medo no metrô do Recife

Dois assaltos foram registrados em menos de 24 horas, expondo a fragilidade da segurança em estações e trens

Da editoria de Cidades
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Publicado em 22/08/2015 às 9:00
Imagem: CBTU/Divulgação
Dois assaltos foram registrados em menos de 24 horas, expondo a fragilidade da segurança em estações e trens - FOTO: Imagem: CBTU/Divulgação
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Os usuários do metrô do Recife vivem uma rotina de medo, por causa dos constantes assaltos nas estações e vagões. Dois casos foram registrados em menos de 24 horas, expondo a fragilidade do sistema. Na manhã de ontem, ocorreu um roubo dentro de um trem entre as estações Imbiribeira, na Zona Sul, e Largo da Paz, Zona Oeste da capital. Na noite da última quinta-feira, três homens armados levaram todo o dinheiro da bilheteria da Estação Ipiranga, também na Zona Oeste. Desde o início deste ano, foram registrados 11 assaltos. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) entregou imagens de câmeras de segurança à polícia para auxiliar nas investigações. 

O patrulhamento em vários pontos é precário. Os usuários relatam que dificilmente encontram seguranças nas estações em que ocorreram os casos mais recentes. O clima de medo é inegável: um tumulto na estação Rodoviária no Terminal de Passageiros (TIP), no Curado, que ocorreu na noite da última quinta-feira, foi confundido com um roubo. Entretanto, segundo a CBTU, muitas vezes não há punição porque os passageiros ficam com medo e não denunciam. 

Deixar de usar o metrô não é uma opção para mais de 400 mil pessoas, por isso, elas se viram como podem para seguir a viagem em paz. O promotor de vendas Jeferson Jaques, 20 anos, anda com dois celulares. “Na minha profissão, uso o celular direto, não posso ficar sem me comunicar. Coloco um celular velho no bolso e escondo o moderno na parte de trás da calça”, relata. Próximo a estação Ipiranga, os moradores da Vila Ferroviária fizeram um grupo no WhatsApp para trocar informações sobre possíveis suspeitos na região. “Fizemos o grupo e vamos providenciar um abaixo-assinado. Há muitos relatos de assaltos dentro e ao redor do metrô”, relata o técnico em refrigeração Alisson Nogueira, 28.

A CBTU afirma que solicitou um convênio com a Polícia Militar, por meio da Secretaria de Defesa Social (SDS), há dois meses. Já o órgão estadual relata que já emprega esquemas de segurança em dias de jogos e grandes eventos e que a responsabilidade por este setor é da CBTU, por ser um transporte federal. A população e os funcionários ficam em meio a inconstância. “Em julho, o secretário de Transportes do Ministério das Cidades conversou conosco e prometeu que iria resolver trâmites jurídicos para implantar o convênio em 15 dias. Até agora nada. É uma medida paliativa, mas extremamente necessária. Os assaltos ocorrem diariamente, mas a maioria não é divulgada nem registrada”, comenta o presidente do Sindicato dos Metroviários, Diogo Moraes. Na quarta-feira, será realizada audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco, às 15h, para discutir os problemas do metrô. “Há muitos, mas o destaque é a segurança”, desabafa.

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