Litoral pernambucano

Ações preventivas a ataque de tubarão podem reduzir afogamentos

Resultados, contudo, dependem também dos salva-vidas, que são apenas 184 em 187 quilômetros de praia

Margarette Andrea
Cadastrado por
Margarette Andrea
Publicado em 25/09/2015 às 6:02
Ashlley Melo/JC Imagem
Resultados, contudo, dependem também dos salva-vidas, que são apenas 184 em 187 quilômetros de praia - FOTO: Ashlley Melo/JC Imagem
Leitura:

Somente no feriado do dia 7 de setembro passado, os bombeiros atenderam 1,5 mil banhistas com risco de afogamento no litoral pernambucano. Por isso, a expectativa de quem trabalha com o serviço é de que o reforço da sinalização de alerta sobre tubarões e o programa de monitoramento de banhistas  - anunciados nesta quinta pelo Comitê Estadual de Monitoramento a Incidentes com Tubarões (Cemit) -  ajudem a melhorar esse quadro. O programa, contudo, precisa dos salva-vidas para funcionar. E aí surgem as dificuldades: são apenas 184 homens e 25 embarcações em atuação nos 187 quilômetros de praia.

“De fato, tanto o número de pessoal quanto o de embarcações é pequeno, mas acreditamos que a situação vai melhorar. Já estamos adquirindo cinco novas motos aquáticas (os jet skis, que têm ação mais rápida) e lutando para contratarmos cem guarda-vidas no próximo ano”, afirma o comandante do Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros, Valdyr Oliveira. “Vale salientar que em época de inverno a equipe não fica ociosa. Trabalhamos também no socorro em áreas alagadas”.

Atualmente, as equipes de salva-vidas dos bombeiros são distribuídas entre as Praias do Recife, Olinda, Jaboatão, Itamaracá e Porto de Galinhas, as mais frequentadas. As demais acabam ficando descobertas.

O militar afirma que, apesar dos riscos, as pessoas estão cada vez mais “afoitas” ao entrar no mar. Por isso, o número de atendimentos vem aumentando e a necessidade de se investir em ações de prevenção também. “Quanto mais prevenção maior a ajuda que teremos com os afogamentos”, avalia. “No dia da Parada da Diversidade, em Boa Viagem, fizemos 800 intervenções. E no dia seguinte, uma segunda-feira, mais 350, número altíssimo para um dia de semana”.

NOVIDADES

As novas placas ainda vão ser licitadas e virão em três modelos. Um deles vai delimitar o início e fim da área de restrição - entre as Praias de Itapissuma, no Cabo de Santo Agostinho, e dos Milagres, em Olidna . Outro substituirá os três tipos de placas utilizados atualmente, alertando sobre as condições mais favoráveis aos ataques. E uma terceira indicará outros riscos que podem levar a afogamentos, como quedas repentinas de profundidade e correntes fortes. Ao todo, serão 302 novas placas em subsituição às cem atuais.

Entre as orientações que constam na nova placa informativa está a de não entrar no mar se estiver alcoolizado, pois é comum as pessoas se excederem na bebida e perderem a noção do perigo.

Em outubro, será lançado o projeto piloto de monitoramento de banhistas por meio de um software atrelado às câmeras. “O programa identifica quando o banhista entra na água e se ele ultrapassa a área de segurança, alertando a equipe de salvamento dos bombeiros. Portanto, depende de o guarda-vidas estar ali”, observa o professor e coordenador da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Valmir Macário Filho, criador do projeto.

Já a captura de animais próximo às praias para marcação e soltura em alto-mar (feita com o barco Sinuelo desde 2004) não tem previsão de ser retomada. “O convênio que tínhamos com a UFRPE expirou em janeiro e quando tentamos retomá-lo a faculdade nos informou que não tinha margem orçamentária para receber os R$ 450 mil que repassaríamos”, explica. “Mas a captura é importante e queremos mantê-la. Estamos avaliando a viabilidade de uma nova licitação, seja com outro barco e equipe ou com a própria UFRPE, em 2016”.



Últimas notícias