Nascimento de quadrigêmeos na Maternidade do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) já foi notícia de jornal, em 2002, quando a agricultora pernambucana Josefa Maria da Conceição deu à luz, de parto normal, Maria Vitória, Maria Paula, Maria Rayane e Maria Estefane. As meninas são gêmeas univitelinas – caso raríssimo na literatura médica – e completaram 13 anos em 10 de abril de 2015.
Josefa engravidou de forma natural, sem nenhum tipo de tratamento, e pariu com 32 semanas de gestação. É o mesmo tempo estimado para o nascimento dos quadrigêmeos de Leandra Mendonça da Silva, a nova paciente acompanhada pela equipe da Maternidade da Encruzilhada. “Esse é o segundo caso de quadrigêmeos no Cisam, em 13 anos”, observa o tocoginecologista Stevam Rios, que fez o parto de Josefa e virou padrinho das crianças.
Leia Também
As quatro irmãs idênticas moram com a família em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata do Estado. “Meu recado para essa jovem é ter muita paciência, muita confiança e não se desesperar. No fim, tudo vai dar certo”, diz Josefa, 38 anos. Quando as meninas nasceram, a agricultora tinha 25 anos, apenas dois a mais do que Leandra, e já era mãe de um menino de 1 ano e dez meses, Tiago.
“Os bebês vão chorar ao mesmo tempo, terão fome ao mesmo tempo e serão muitas fraldas para trocar. Fácil não foi, não posso esconder isso. Mas com calma tudo se acerta”, continua Josefa, que hoje trabalha na Prefeitura de Vitória. Ela contou com a ajuda de conhecidos e desconhecidos para criar as garotas. “As dificuldades aumentam a cada ano que passa, porque quanto mais crescem, mais precisam de coisas, porém o resultado é muito gratificante”, declara a veterana.
Na época, a sociedade se mobilizou para doar berços, carrinhos de bebê, roupas, fraldas, leite, lençóis, toalhas e produtos de higiene pessoal. A prefeitura doou uma nova casa. Família, amigos, vizinhos e pessoas que nem eram tão próximas se revezavam nos cuidados com as recém-nascidas. “Todo mundo que ia visitar acabava ajudando um pouco, um dava banho, um trocava de roupa, outro segurava a mamadeira, era uma trabalheira mesmo”, lembra.
O padrinho, diz Josefa, acompanha de perto o crescimento das garotas. As quatro Marias nasceram com cerca de um quilo de peso, ficaram internadas até engordar mais um pouco e receber alta médica. Leandra também deverá passar pela mesma situação. “Os bebês permanecem um tempo na UTI, depois são acompanhados no nosso programa Mãe Canguru, até serem liberados.”
Em conversa com o médico Stevam Rios, no corredor da maternidade, na manhã de segunda-feira (28), ela pergunta se estará internada na virada de 2015 para 2016. “Creio que você estará em casa antes do Natal, com seus filhos”, responde o obstetra Stevam Rios, para alegria da jovem.
“Minhas meninas eram muito miudinhas quando nasceram, mas Graças a Deus sobreviveram. Cresceram forte e com saúde, todas elas estudam e já ajudam em casa”, comemora Josefa da Conceição.