Mobilização

Exército, Igreja, escolas e sociedade convocados para batalha contra o Aedes aegypti

Dos 646 casos notificados, 119 são no Recife. Por isso, de 750 militares do Exército, 200 vão atuar na capital

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Publicado em 03/12/2015 às 6:51
Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
Dos 646 casos notificados, 119 são no Recife. Por isso, de 750 militares do Exército, 200 vão atuar na capital - FOTO: Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
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Exército, Igreja, escolas e a sociedade em geral estão sendo convocados para uma verdadeira batalha, no Recife, contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chicungunha e zika. A capital concentra o maior número de suspeitas de microcefalia (malformação cerebral) no Estado: são 119 casos dos 646 notificados. A anomalia está sendo associada a uma epidemia de Zika e já é registrada em 131 municípios só em Pernambuco, com 211 casos confirmados. No País, são 1.248 notificações em 14 estados.

“É hora de somarmos esforços. O Brasil inteiro precisa entrar nessa guerra”, declarou o prefeito do Recife, Geraldo Julio, após reunião com o comandante Militar do Exército, General Manoel Pafiadache, na tarde desta quarta (2), no Comando Militar do Nordeste. Na ocasião, ficou acertado que 200 militares já treinados para combater o mosquito, em parceria realizada entre maio e junho com o Recife, voltam ao trabalho nesta sexta.

Com isso, a equipe de 600 agentes de saúde municipais ganha reforço de um terço. “Na parceria anterior, em um mês visitamos mais de 111 mil residências, resultado muito bom. Vale salientar que, hoje, o indicador de infestações é o menor dos últimos oito anos na cidade (1,2 domicílio contaminado para cada 100, o índice já foi de 4 para 100)”, destacou o prefeito. “Mas agora o mosquito está transmitindo doenças mais sérias e precisamos mudar a forma de combate, atuando de forma mais incisiva, em parceria com vários setores sociais e apoio do Governo Federal”.

As equipes serão formadas por dois militares e um agente de saúde, que atuarão das 8h às 17h visitando uma média de 25 imóveis por dia para identificar focos do mosquito, aplicar larvicidas em locais de água parada e orientar a população a respeito dos riscos do Aedes aegypti. “A presença dos militares fardados facilita o acesso às residências, as pessoas se sentem mais seguras”, reconheceu o prefeito.

O general Pafiadache declarou que os militares não tiveram qualquer dificuldade de entrar nas residências, mas reforçou o pedido para que a população abra as portas de casa e siga as orientações dos agentes. “Estamos planejando o cronograma de atuação e poderemos até aumentar o número de militares, chegando a mil em todo o Estado, vamos avaliar essa questão de capacitação”, adiantou.

O militar informou que, no interior do Nordeste, como um todo, o Exército trabalha com cerca de 6,5 mil caminhões-pipa abastecendo 75 mil cisternas e vai aproveitar essa estrutura para repassar informações aos moradores.

Hoje, Geraldo Julio se reúne com o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, para pedir apoio da Igreja Católica. A parceria já aconteceu durante vários anos, com padres repassando orientações aos paroquianos. “Também estou marcando com o Sindicato das Escolas para pedir apoio, precisamos do engajamento de todos”, disse. 

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