A Arquidiocese de Olinda e Recife terá de fazer o escoramento temporário do estuque da nave central da Igreja do Bonfim, na Cidade Alta de Olinda, para evitar o desabamento do forro. Recomendado pelo Ministério Público de Pernambuco, o trabalho deve começar na próxima semana. O prédio está interditado desde fevereiro de 2012, por causa de rachaduras na torre sineira.
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“Recebemos prazo de 15 dias para iniciar o serviço”, afirma Telma Liege, coordenadora da Comissão de Conservação e Restauro da Arquidiocese, em vistoria realizada no templo católico. Além de cobrar medidas emergenciais para proteger o forro, o Ministério Público solicitou limpeza periódica no prédio e a substituição e conservação das telhas, para eliminar infiltração de água de chuva.
De acordo com o engenheiro Frederico Almeida, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Pernambuco, a medida é necessária porque a obra de restauração da igreja, orçada em quase R$ 2 milhões, só está prevista para começar nos próximos 90 dias. O projeto de recuperação do imóvel, diz ele, está pronto e aprovado.
“Falta assinar o termo de compromisso para liberar os recursos, do PAC Cidades Históricas, e abrir o processo de licitação, que será conduzido pela Prefeitura de Olinda”, diz Frederico Almeida. O forro da nave da igreja apresenta fissuras, cedeu e está preso por fios na estrutura do telhado. A amarração, avisa o mestre carpinteiro José Arruda, contratado para fazer o escoramento emergencial, não impede o forro de cair.
Depois de olhar a situação da igreja, ele também sugeriu uma proteção provisória para o forro da capela-mor, que desabou parcialmente sobre o altar, deixando as telhas expostas. O serviço não é contemplado no documento.
O Ministério Público também cobrou da arquidiocese a regularização do esqueleto encontrado exposto na igreja. “Achamos as ossadas, registramos um Boletim de Ocorrência na delegacia e fomos orientados a não tocar nos ossos, até a perícia do Instituto de Criminalística”, pondera frei Rinaldo Pereira, diretor da Comissão de Intervenção nas Irmandades Católicas da Arquidiocese de Olinda e Recife.
A verba do PAC, informa Frederico Almeida, é suficiente para a restauração completa do templo, incluindo as imagens de santos e demais acervo artístico. O assunto foi discutido em audiência dia 19 de novembro de 2015, entre o Ministério Público, a arquidiocese e o Iphan. A Igreja do Bonfim, no Sítio Histórico tombado pela Unesco, existe desde 1757, porém o prédio atual é uma construção mais nova, de 1919.