Devoção

Procissão arrastou milhares de fiéis até o Morro da Conceição

A 111ª Festa de Nossa Senhora da Conceição se encerrou após dez dias de celebrações, com 56 missas

Do JC Online
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Publicado em 08/12/2015 às 21:22
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A 111ª Festa de Nossa Senhora da Conceição se encerrou após dez dias de celebrações, com 56 missas - FOTO: André Nery/JC Imagem
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A tradicional procissão de encerramento da 111ª Festa de Nossa Senhora da Conceição arrastou milhares de fiéis pelos sete quilômetros entre o Forte do Brum, no Centro do Recife, ao Morro da Conceição, na Zona Norte, numa celebração de fé e devoção. 

O cortejo começou por volta das 16h e terminou às 19h10, com a chegada do andor com a imagem da santa, ao som da Ave Maria, ao Morro. Lá, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, oficializou a elevação da paróquia ao título de Santuário Arquidiocesano, em missa solene campal.

“É um momento que vai ficar marcado na memória de todos nós, a realização de um sonho”, declarou o arcebispo no momento da leitura do decreto que promoveu a elevação. Com o título, a igreja passa a ser administrada pela congregação Redentorista, com cinco sacerdotes em vez de um só padre, “o que garante melhor assistência aos fiéis”, salientou Saburido.

Um multidão se espalhava ao longo de todo o percurso do cortejo, como um tapete de gente. Pessoas como a dona de casa Maria José da Silva, de 75 anos, que usou uma bengala para apoiar a perna doente mas fez questão de cumprir a rotina anual em homenagem à santa. “Desde 1982, quando ela me deu minha casa, não perco a procissão de jeito nenhum, Nossa Senhora é a melhor coisa da minha vida”, afirmou.

Vizinhas do Morro, as donas de casa Maria de Lurdes da Silva, 70, e Maria José de Lima, 68, disseram que acompanharam todo o novenário. "Ela me curou de uma hepatite e prometi que vou acompanhar a procissão até quando eu puder", revelou Maria José. A estudante Kayane Brayner, 13, participou do cortejo pela primeira vez. "Eu fiz promessa pela saúde do meu pai e Nossa Senhora me atendeu", comemorou.

Durante todo o dia, as histórias de devoção se repetiram. Pessoas de idades variadas, vindas dos mais diversos lugares se encontraram aos pés da imagem de Nossa Senhora da Conceição. Foram agradecer, pedir proteção, pagar promessas ou renovar a fé. Tijolos, roupas, flores, cabelos, cartas e objetos, colocados diante da santa, representaram a concretização dos pedidos alcançados. 

A professora Eva Amorim, 30, subiu a ladeira de costas, vestida de azul. Estava acompanhada da mãe, Maria das Dores França, 52, que a amparava e carregava um maço de flores. “Passei três anos desempregada. Este ano assinaram minha carteira de trabalho. É hora de agradecer”, afirmou Eva. Josefa Costa, 38, carregou um tijolo em cima da cabeça. “Um ano atrás pedi à santa que me ajudasse a comprar uma casa. Semana passada, depois de 15 anos pagando aluguel, consegui”, afirmou a moradora do bairro de Afogados, Zona Oeste da cidade.


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