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O número de pacientes que deram entrada no Hospital da Restauração (HR), no Derby, devido a acidentes com motocicletas caiu 7% em 2015 em relação a 2014, segundo dados divulgados pelo Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto (Cepam-PE). Apesar de pequeno, o índice representa uma melhora no quadro de ocorrências do tipo, que representam 90% dos casos nos setores de traumatologia de três dos maiores hospitais do Recife: o Hospital Getúlio Vargas, no Cordeiro, e o Hospital Otávio de Freitas, no Sancho, além do HR.
Segundo o coordenador executivo do Cepam, João Veiga, a redução se deve principalmente ao aumento na fiscalização do uso de motos tipo cinquentinha na Região Metropolitana no último trimestre de 2015. “Nos chamava a atenção a idade dos pacientes acidentados dando entrada no HR, eram cada vez mais crianças e adolescentes que pilotavam cinquentinhas”, comenta, lembrando que, em 2013, foram registrados 23 óbitos de crianças abaixo dos 13 anos causados pela utilização desse tipo de veículo. A partir de então, a fiscalização foi intensificada na RMR e, finalmente, resultou na diminuição dos acidentes com motocicletas no último ano: em 2014, foram 3.850 registros no Hospital da Restauração. Já em 2015, esse número caiu para 3.588.
O número de acidentes com cinquentinhas representava 11% dos pacientes registrados no Hospital da Restauração no ano passado. Para o Cepam, a unidade de saúde é uma boa referência em acidentes com motocicletas por receber pacientes graves de todo o Estado, o que oferece um panorama também do interior.
PERFIL
Segundo dados do Comitê, a maior incidência dos acidentes é entre homens de 17 a 39 anos. 60% dos casos em 2015 aconteceram com a moto sendo utilizada para lazer, enquanto 56% envolviam o uso de bebidas alcoólicas. Além disso, cerca de 75% dos acidentados não portavam a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Criado durante o governo de Eduardo Campos, o Cepam surgiu para traçar um perfil dos acidentes com motocicletas, na tentativa de reduzir os gastos do Estado com esse tipo de ocorrência. O custo médio de um paciente acidentado internado no Hospital da Restauração, por exemplo, é de R$ 120 mil. Na última segunda, metade dos leitos da emergência da unidade estavam ocupados por vítimas de acidentes de motos. João Veiga acredita que, além da falta de fiscalização, a imprudência dos condutores é a principal causa para esse quadro.