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Casos de assalto em ônibus aumentam 51,7% na Região Metropolitana do Recife

Jovens também depredaram o veículo. Motivo foi a recusa do motorista em deixá-los subir

Felipe Vieira
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Felipe Vieira
Publicado em 16/02/2016 às 7:00
Guga Matos/JC Imagem
Jovens também depredaram o veículo. Motivo foi a recusa do motorista em deixá-los subir - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
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Na escalada de violência e intolerância em que vive o Estado, uma nova modalidade foi registrada na noite do último domingo: a tentativa de homicídio e agressão indiscriminada a passageiros do transporte público. Os casos de assaltos e violência em coletivos aumentaram 51,7% na Região Metropolitana do Recife na comparação de janeiro deste ano com o mesmo período de 2015.

No último domingo, um grupo de cerca de 10 jovens, com idades entre 18 e 23 anos (segundo relatos das vítimas), depredou um coletivo da linha complementar 104 (Nova Descoberta) e esfaqueou sete ocupantes do veículo, ferindo um deles com gravidade. O caso aconteceu por volta das 19h, no Largo Dona Regina, bairro de Nova Descoberta, na Zona Norte da capital. O motivo: a recusa do motorista em permitir que os jovens entrassem no coletivo, que estava lotado.

O incidente coincidiu com a volta para casa após o desfile do Bloco da Ressaca, que arrastou cerca de 300 mil pessoas pelas ruas da Zona Norte, na tarde do domingo. Houve registro de tumultos e depredações em vários bairros da região.

De acordo com o relato de pessoas que estavam no coletivo, tudo começou quando os jovens tentaram entrar no veículo. “Estava lotado, não tinha como. O motorista deu partida e, logo depois, precisou parar. Eles vieram atrás e começaram a jogar pedras e esfaquear as pessoas pelas janelas. Fui atingido nas costas por um tijolo”, conta um passageiro. “Foi um pânico total. Crianças chorando e pedindo pelos pais. Mulheres, idosos, todos com medo de morrer”, relata o cobrador da linha.

Os agressores da linha 104 feriram um auxiliar de produção, de 22 anos, com uma facada no pescoço. O jovem precisou passar por uma cirurgia vascular e até o final da noite de ontem, se encontrava consciente na sala de recuperação do Hospital Getúlio Vargas, no bairro do Cordeiro, Zona Oeste da cidade.

As marcas de sangue estavam até ontem no interior do ônibus. Os demais feridos foram levados para a UPA de Nova Descoberta e liberados ainda na noite de domingo. Até o início da noite de ontem, nenhum suspeito havia sido preso. “Temos pistas e queremos fazer essas prisões o mais rápido possível,para dar uma resposta à sociedade”, afirma o titular da Delegacia da Macaxeira, Sérgio Nunes. 

A Polícia Militar afirma que mantém duas operações de repressão aos assaltos a ônibus. Uma, com a presença de policiais nos coletivos. A outra, a partir do mapeamento de pontos de maior incidência de crimes. A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), que gerencia as linhas complementares, afirma que muitos motoristas sequer chegam a fazer o registro dos assaltos que sofrem.

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