Imagine um navio que funciona como se fosse a casa de praia de um seleto grupo de empresários que comprou apartamentos na embarcação. Esse tipo de empreendimento já existe. É o The World, de bandeira panamenha, que atracou no começo da tarde de ontem no Porto do Recife. A embarcação chegou à capital pernambucana com 150 a 200 residentes – incluindo os convidados – além de uma tripulação de 250 profissionais.
Dos que desembarcaram, somente um senhor chamado Steve – que não revelou sobrenome – falou com os jornalistas que queriam entrevistar os residentes do navio. Ele nunca tinha vindo ao Brasil e deixou a embarcação com uma bicicleta para conhecer a Praia de Boa Viagem, na Zona Sul da cidade.
O navio tem 165 unidades habitacionais, sendo 106 apartamentos e 59 estúdios. O apartamento mais barato sai por US$ 1,2 milhão (R$ 4,8 milhões). Já o mais caro tem preço estimado em US$ 27 milhões (cerca de R$ 113,4 milhões com o dólar a R$ 4,20), segundo informações da assessoria de comunicação do Porto do Recife.
O preço da estadia por quarto sai por US$ 1,2 mil (o que significa R$ 4,8 mil) por noite. “Os donos dos apartamentos dividem as despesas do navio assim como ocorre nos condomínios em que as pessoas têm um apartamento para passar o final de semana. Anualmente, eles fazem uma reunião e definem o roteiro do ano seguinte”, explica o presidente do Porto do Recife, Olavo de Andrade Lima. O The World ficará no Recife até amanhã.
Inicialmente, a ideia de fazer um condomínio itinerante de apartamentos foi do empresário norueguês Knut Kloster Junior, conhecido como o magnata da navegação, que passou anos de trabalho e de férias a bordo de iates e navios. O sonho do norueguês era criar uma estrutura em que os viajantes sempre optassem por permanecer na embarcação. O projeto ganhou força em 1997 e o navio foi concluído em março de 2002. O navio veio de Salvador e segue para Fortaleza.
