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Seca leva moradores do Agreste de Pernambuco a receber água de caminhões-pipa

São 50 caminhões para o município e mais 20 para o entorno, que reúne São Bento do Una, Sanharó e Tacaimbó

Da ABr
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Publicado em 29/03/2016 às 14:50
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
São 50 caminhões para o município e mais 20 para o entorno, que reúne São Bento do Una, Sanharó e Tacaimbó - FOTO: Foto: Marcos Santos/USP Imagens
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A partir de abril, os moradores de quatro municípios do Agreste de Pernambuco vão receber água exclusivamente de caminhões-pipa por causa do colapso de mais duas barragens da região. O Sistema de Bitury e a Barragem de Pedro Moura Jr. estão praticamente secos, com a estiagem que já dura cinco anos na região semiárida.

A Pedro Moura Jr. estava com 0,46% da capacidade e a de Bitury com 1,95%. A previsão da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) é gastar mais de R$ 500 mil mensais só com os caminhões-pipa enviados para a região de Belo Jardim, que vão buscar água nas barragens que atendem a Garanhuns e Agrestina, em melhor situação. São 50 caminhões para o município e mais 20 para o entorno, que reúne São Bento do Una, Sanharó e Tacaimbó. Parte do dinheiro é da Compesa e outra é de recursos federais, recebidos por meio da Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe).

Além das cidades da região de Belo Jardim, já são 11 os municípios pernambucanos com a rede de distribuição de água completamente interrompida, sendo abastecidos somente por caminhões. Mais 36 estão com severa restrição de consumo por meio da rede, com rodízios, e usam parcialmente o recurso dos caminhões para atender à população. Até o dia 18 de março, mais sete barragens de Pernambuco estavam em colapso.

A interrupção da rede de abastecimento, na prática, significa que não chega mais água pelo encanamento; as torneiras ficam secas. Para suprir a demanda dos moradores, os caminhões-pipa passam nas ruas distribuindo água em baldes, enchendo caixas d’água ou fontes.

A tendência da crise hídrica no Agreste é piorar, de acordo com o diretor regional do Interior da Compesa, Marconi de Azevedo. A principal barragem que abastece a região, Jucazinho, está com 1,25% da  capacidade. A previsão da Compesa é que, se não chover o suficiente, o sistema só funcione até maio. “Já estamos com 40 a 50 caminhões-pipa na região de Surubim, município onde está Jucazinho. Isso deve dobrar caso a barragem entre em colapso em maio”, alerta o diretor.

A solução seria a Adutora do Agreste, que vai usar água do Rio São Francisco para atender a 2 milhões de habitantes em 68 municípios, mas, segundo o diretor regional do Interior, Marconi de Azevedo, a obra está parada desde o ano passado por falta de recursos federais. “Era para estar pronta, mas faltam aproximadamente de R$ 35 milhões a R$ 40 milhões por mês para terminar em 24 meses. Estamos recebendo de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões”. Azevedo informou que com o recurso que entra, só é possível atender o passivo com as empreiteiras.

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