Atitude Cidadã

Trapeiros de Emaús pedem doações de objetos usados

A associação, que funciona no bairro de Dois Unidos, no Recife, recicla utensílios descartados pela população para manter bazar destinado a famílias carentes

Da editoria de Cidades
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Publicado em 17/04/2016 às 9:00
Ashley Melo
A associação, que funciona no bairro de Dois Unidos, no Recife, recicla utensílios descartados pela população para manter bazar destinado a famílias carentes - FOTO: Ashley Melo
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Se você reformou a casa recentemente e não sabe o que fazer com aquele móvel antigo ou tem roupas e livros usados prestes a serem descartados, lembre-se da Associação Trapeiros de Emaús. Com um simples telefonema, o que não serve mais para o seu lar pode mudar a vida de outras pessoas. Há 20 anos no Recife, o movimento se dedica à formação de jovens cidadãos através do trabalho de recuperação e reciclagem de objetos usados, com a missão de ajudar famílias carentes. Sua colaboração é essencial para a continuidade desse trabalho social.

O projeto funciona em um galpão no bairro de Dois Unidos, Zona Norte da capital. As doações são coletadas no endereço e levadas para oficinas de reparos e consertos, onde jovens trabalhadores capacitados pela própria associação restauram móveis, eletrodomésticos, equipamentos de informática entre outros objetos. Depois de restaurados, os utensílios são vendidos, a preços simbólicos, para moradores da periferia, em bazares comunitários que acontecem às quintas e aos sábados no próprio galpão. Um outro bazar de livros também é realizado semanalmente, sempre às quartas-feiras, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Toda a renda gerada é dividida entre os associados.

A possibilidade de capacitar um profissional e dar a ele melhores condições de vida foi o que fascinou o italiano Luís Tenderini, 73 anos, fundador do movimento na capital pernambucana. “Ver uma pessoa que não tinha perspectivas criar algo e ter uma vida decente, a partir do que a sociedade descartou, é muito positivo. Hoje posso dizer que as dezenas de pessoas que passaram por Emaús, durante todos esses anos, estão em situação bem melhor”, comenta. 

Partindo da missão de ajudar os mais necessitados, o movimento identificou os jovens que não possuem formação profissional como o grupo mais vulnerável. Por isso, há 15 anos a Escola de Formação Profissional Luís Tenderini oferece, gratuitamente, cursos nas áreas de refrigeração, eletricidade civil e industrial, montagem e manutenção de micro e eletrônica industrial. Cerca de 200 pessoas de baixa renda são qualificadas para o mercado de trabalho todos os anos. 

A admiração pelo movimento levou o italiano Matteo Riva, 33, a largar o emprego em Verona, no norte da Itália, para vir morar no Brasil. No Recife há poucos dias e ainda com pouco domínio do português, Riva demonstra muita vontade de ajudar o movimento. Para ele, é uma experiência de humanidade e humildade. “O movimento é livre, ajuda os mais pobres e oferece a eles a oportunidade de viver de forma digna”, afirma. Ele permanecerá um ano e meio trabalhando voluntariamente em países da América Latina, incluindo o Brasil. 

Uma série de eventos está sendo programada para o mês de agosto, quando, há duas décadas, Tenderini, em parceria com dom Helder Camara, arcebispo emérito de Olinda e Recife (1909/1999), trouxe para a capital pernambucana a iniciativa social, espalhada hoje por 36 países.

Contato para doações pelos fones: (81) 3451-2247, (81) 3451-5604, (81) 98797-5604.

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