SISTEMA PRISIONAL

Novo secretário quer acabar com chaveiros nos presídios de Pernambuco

Agente penitenciário, Cícero Rodrigues assumiu ontem a Seres

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Publicado em 26/04/2016 às 7:30
Edmar Melo/Acervo JC Imagem
Agente penitenciário, Cícero Rodrigues assumiu ontem a Seres - FOTO: Edmar Melo/Acervo JC Imagem
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As metas são ousadas: fazer, em dois anos e meio (tempo restante do mandato do governo Paulo Câmara), com que o sistema prisional mais superlotado do Brasil, com 265% de ocupação, consiga ressocializar os presos, além de acabar com a figura do chaveiro nas unidades prisionais do Estado. Foi com esse discurso que o novo Secretário Executivo de Ressocialização, Cícero Rodrigues, assumiu o cargo na manhã de ontem. Ele entra na vaga do coronel da Polícia Militar Éden Vespaziano, que pediu para deixar o cargo no início da semana passada, alegando questões pessoais.

O novo titular da secretaria é agente penitenciário há 16 anos, a maior parte deles dedicados ao setor de Inteligência do sistema prisional. Rodrigues é o terceiro ocupante da pasta em um ano quatro meses do governo Paulo Câmara. O juiz aposentado Humberto Inojosa, que veio do governo João Lyra Neto (abril a dezembo de 2014), passou apenas os sete primeiros dias do mandato, em janeiro de 2015, quando assumiu Éden Vespaziano. Ao longo de nove anos do Pacto pela Vida, o sistema prisional teve outros dois comandantes: os coronéis Humberto Viana (2007 a 2011) e Romero Ribeiro (2011 a 2014).

Cícero Rodrigues vai gerir um sistema em que 32 mil detentos se espremem em 11 mil vagas nas unidades espalhadas pelo Estado, e que tem como símbolo de ineficiência o Complexo Prisional do Curado, no bairro do Sancho, Zona Oeste da capital. São 6,9 mil detentos onde deveriam estar apenas 1,8 mil. Um barril de pólvora dentro dos muros e um problema social fora deles.

Também na manhã de ontem, ao mesmo tempo em que o novo secretário tomava posse, um grupo de 180 moradores do entorno do Complexo comparecia a uma audiência pública convocada pela Frente Parlamentar em Defesa da Segurança Pública, na Assembleia Legislativa. O objetivo era ouvir o governo do Estado sobre o processo de desapropriação de 55 imóveis do entorno do presídio, para aumentar o perímetro de segurança. Os moradores não aceitam sair das casas. Ficou decidido que na próxima quinta-feira, ainda sem local definido, será iniciada a rodada de negociações com o governo.

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