TRÁFICO

Recife na rota do tráfico de haxixe

Prisão de DJ paulista, com 13 quilos da droga, é a terceira maior na capital

JC Online
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Publicado em 03/05/2016 às 7:23
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Prisão de DJ paulista, com 13 quilos da droga, é a terceira maior na capital - FOTO: Ashlley Melo/JC Imagem
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A prisão de um DJ paulista, na última sexta-feira, no Aeroporto dos Guararapes, ligou o sinal de alerta para a existência de uma rota do tráfico de haxixe que tem o Recife como ponto obrigatório. Natural de Mogi das Cruzes (SP), Thiago Carnelós Vicente, de 32 anos, foi flagrado com 13 quilos do entorpecente em uma mala, após desembarcar, na capital pernambucana, de um voo oriundo de Lisboa. Ele receberia R$ 15 mil para pegar a droga em Barcelona, na Espanha, e levá-la até São Paulo. O DJ foi autuado em flagrante por tráfico internacional de drogas e foi encaminhado ao Centro de Triagem e Observação Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, onde ficará à disposição da Justiça Federal.

Em outubro de 2014, a Polícia Federal (PF) realizou a maior apreensão da droga já registrada no Estado, no Terminal Integrado de Passageiros (TIP), no bairro do Curado, Zona Oeste da capital. Roberto Francisco Silva do Nascimento, 24 anos, foi preso com 24,7 quilos do entorpecente. Ele receberia R$ 1,9 mil para levar a droga até São Paulo, e acabou preso numa abordagem de rotina da PF, com o uso de cães farejadores.

Poucos dias antes, a Polícia Civil prendeu Ivson Croccia Macedo Constantino, de 28 anos, em um apartamento no bairro da Boa Vista, na área central do Recife. Em seu poder, os agentes encontraram 23 quilos de haxixe, a segunda maior apreensão já realizada no Estado.

O haxixe é um derivado da resina que existe na maconha. Ao contrário da Cannabis sativa (nome científico da erva), precisa ser preparado artesanalmente. É comercializado em forma de tabletes, que são repartidos em pequenas quantidades até chegarem ao consumidor final. Devido ao alto teor de tetraidrocanabinol (substância psicoativa da maconha), geralmente é consumido misturado à própria Cannabis. 

Por enquanto, de acordo com a Polícia Federal, o Recife é apenas um dos pontos de chegada da droga ao Brasil. “Os principais destinos do haxixe para o consumidor final ainda são os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, por causa do poder aquisitivo mais elevado dos usuários. O Recife é a entrada mais próxima do País para quem vem da Europa, e um dos grandes centros de comercialização do entorpecente fica na Espanha”, explica o assessor de comunicação da PF, Giovani Santoro.

Segundo ele, Marrocos e Afeganistão são os maiores produtores de haxixe do mundo. A produção é escoada para países da Europa, como Portugal e Espanha, de onde é remetida, através de “mulas” (pessoas que se dispoem a transportar as cargas do entorpecente em troca de pagamento em dinheiro) para o Brasil. Das três maiores apreensões realizadas em Pernambuco, duas tinham como destino final da capital paulista.

O grama do haxixe custa, na Europa, 2,4 euros, o equivalente a R$ 10. O DJ paulista preso na última sexta-feira trazia consigo um total de R$ 130 mil da droga, que estava envolvida em papel carbono, numa tentativa de despistar os aparelhos de raio-x dos aeroportos. “Em Portugal a carga não foi detectada. Mas aqui, foram os funcionários do setor aduaneiro da Receita Federal que perceberam que havia algo estranho na mala e acionaram a Polícia Federal”. 

Thiago Carnelós é casado e tem três filhas. Com ele também foram apreendidas uma pequena quantidade de skunk (maconha modificada geneticamente em laboratório), uma balança de precisão e um telefone celular. Se condenado, pode pegar uma pena que vai de cinco a vinte anos de reclusão.

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