De 199 óbitos suspeitos de terem sido provocados por arboviroses, no Estado, entre 3 de janeiro e 30 de abril, 20 tiveram resultado positivo para chicungunha e cinco, para dengue. Conforme boletim divulgado, nesta terça, pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), todos os registros de arboviroses continuam crescendo, mas uma intensificação das avaliações pelos municípios resultou num salto de 360 para 3.732 casos de chicungunha confirmados e de 438 para 4.994 descartados.
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A gerente de vigilância das arboviroses da SES, Claudenice Pontes, explica que está sendo feita uma investigação aprofundada dos pacientes com resultado laboratorial positivo para chicungunha, para saber se o vírus teve ligação direta com a morte. “A maioria estava acima dos 60 anos e tinha cormobidade (associação de duas ou mais doenças), alguns eram hipertensos, diabéticos ou cardíacos”, informa.
“Na investigação, descrevemos a linha do tempo do paciente desde que a doença começou, as unidades onde foi atendido, o tratamento indicado, se ele se automedicou. Qualificando o fator que desencadeou o óbito tentaremos minimizá-lo”, esclarece a gestora. Segundo ela, esse estudo pode ajudar também na revisão dos procedimentos em casos de chicungunha. “Em casos de dengue há um protocolo já bem definido a seguir. Mas a chicugunha, por ser um vírus novo, está tendo o protocolo do Ministério da Saúde revisado, pela necessidade de se intensificar os medicamentos.”
Dos 20 óbitos que apresentavam chicungunha, nove foram registrados no Recife, dois em Jaboatão dos Guararapes, dois em Timbaúba e os demais em Camaragibe, Igarassu, João Alfredo, Nazaré da Mata, Paulista, Toritama e Vitória de Santo Antão.
Com vírus positivo em cinco mortos (nos municípios de Caruaru, Jaboatão, Olinda, Timbaúba e Venturosa) e uma morte descartada, a dengue também evoluiu. Já são 67.165 notificações, sendo 12.320 confirmadas e 13.285 descartadas. Há risco de surto em 91 municípios e situação de alerta em outros 77. No Arquipélago de Fernando de Noronha, entre uma população de 2.930 pessoas, há 172 prováveis casos. “Uma equipe esteve na ilha, na semana passada e definiu algumas ações, como a colocação de telas protetoras em depósitos de água”, observa Claudenice Pontes.
A SES também teve notificados 9.216 casos de zika, sendo 23 confirmados e 171 descartados.
Desde que iniciou mutirões para combater o mosquito Aedes aegypti, o Recife já visitou mais de 60 mil residências, inclusive com limpeza de entulhos.
MICROCEFALIA
De 1º de agosto de 2015 até 30 de abril passado, 1.912 casos de microcefalia foram notificados em Pernambuco. Desses, 339 foram confirmados e 920, descartados. O Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães/Fiocruz e o Instituto Evandro Chagas confirmaram 153 casos relacionados ao vírus zika por detecção laboratorial. Outros 87 casos deram negativo e três, inconclusivos, totalizando 243 testes realizados.
Também houve registro de 28 bebês natimortos e 26 que morreram logo após nascer, mas nenhum teve microcefalia como causa básica de morte, segundo a SES.