TRANSPORTE

BR-101 sofre com improviso e paliativos

Maior parte dos 32 km do perímetro urbano da via tem problemas

Felipe Vieira
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Felipe Vieira
Publicado em 06/05/2016 às 7:30
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Atenção, condutores que sofrem para circular nos dois sentidos dos 32 quilômetros do perímetro urbano da BR-101: o governo do Estado promete para setembro o início das obras de recuperação da rodovia, no trecho que vai de Abreu e Lima até Jaboatão dos Guararapes, passando pelo Recife. Mais uma chance para que a rotina de buraqueira, engarrafamentos gigantes, acidentes e falta de manutenção possa fazer parte do passado. A um custo de R$ 240 milhões – recursos do governo federal, através do Ministério dos Transportes – o governo pretende realizar a troca das placas de concreto, melhorar a acessibilidade e instalar sinalizações vertical e horizontal em todo o trecho.

Nos últimos anos, os motoristas que circulam pela parte urbana da estrada se acostumaram com um ciclo perverso. Os –muitos – buracos na pista travando o trânsito e provocando acidentes. Os consertos vindo em forma de paliativos, provocando engarrafamentos ainda maiores e se desmanchando em pouco tempo.

A última intervenção desse tipo foi realizada em outubro do ano passado, quando um trecho total de 5,8 quilômetros (1,2 quilômetro apenas de buracos) foi restaurado, num serviço que custou R$ 2,5 milhões ao Estado. Desde ontem, funcionários do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) estão realizando uma nova manutenção na rodovia. O trecho que fica entre o Hospital das Clínicas, na Cidade Universitária, e o Barro, ambos na Zona Oeste, está sendo capinado e os buracos, remendados.

O trabalho definitivo de recuperação da BR-101 é, no jargão popular, “para ontem”. Circular pela rodovia é, ao mesmo tempo, um teste de perícia, paciência e de adivinhação. A primeira, para desviar dos buracos, mais concentrados no trecho que cortam os bairros da Guabiraba, na Zona Norte, e Barro, na Zona Oeste da capital, além da altura da Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes. A paciência tem que ser exercitada para enfrentar os engarrafamentos, principalmente na pista norte, entre o bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife, e o trecho que cruza a Avenida Caxangá. O motorista também precisa de um pouco de clarividência, pois a sinalização, quando não existe ou está desbotada, é encoberta pelo mato em vários trechos do percurso.

Um dos motivos do crônico atraso na adoção de uma solução definitiva para a BR-101 foi a burocracia estatal. Em 2013, o governo do Estado celebrou convênio com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para requalificar a rodovia. O projeto foi interrompido no início do ano passado, quando a construtuora Mendes Júnior foi colhida na Operação Lava Jato e desistiu da obra. 

No último mês, a pedido do Ministério dos Transportes, a obra saiu do âmbito da Secretaria Estadual das Cidades e passou para a pasta dos Transportes. “Foi devido à maior expertise da nossa secretaria e pela facilidade do repasse de recursos”, explica o secretário-executivo de Transportes, Antônio Júnior. “O importante é que está tudo certo para o início das obras, inclusive com recursos assegurados. A BR-101 será requalificada”, promete.

Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Gargalo é constante em Abreu e Lima - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Acostamento não existe no trecho da Guabiraba, Zona Norte do Recife - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Motoristas ficam sem sinalização - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Buraqueira ameaça segurança dos condutores - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Grade lateral quebrada, na Cidade Universitária - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Grade lateral quebrada, na Cidade Universitária - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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DER iniciou as obras de capinação na BR-101 - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Trecho do Barro, na Zona Oeste, também não tem acostamento - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

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