Uma fatalidade. Assim a economista Érica Silveira de Araújo, 42, mãe do menino de 11 anos que recebeu uma descarga elétrica do poste de sustentação de um semáforo no cruzamento da Avenida Rosa e Silva com a Rua Antenor Navarro, no bairro dos Aflitos, Zona Norte do Recife, na última segunda-feira (8), definiu o ocorrido. Internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital Santa Joana, nas Graças, também na Zona Norte, a criança está estável, acordada e consciente, mas ainda não tem previsão de alta.
O menino estava retornando da aula de reforço, que fica em frente ao Colégio Nossa Senhora de Lourdes, onde estuda, por volta das 14h30, quando escorregou em uma poça de água e, para não cair, abraçou-se no semáforo. O garoto estava acompanhado do irmão de 10 anos, que também faz aula de reforço à tarde. Ao ver o irmão preso ao poste, o menino foi buscar ajuda da família, que mora nas proximidades.
O local do acidente fica em frente a um estabelecimento e uma das funcionárias alertou sobre o ocorrido. "Eu gritei e a outra menina que estava comigo foi ajudar. Ele estava preso, agarrado no poste. Ela tentou jogar uma cadeira, mas não soltou. Foi aí que uma cliente levantou e usou a cadeira para empurrar mais forte e ele caiu desacordado", contou Stephany dos Santos, 33, que trabalha como caixa no estabelecimento.
O médico Murilo Accioly estava no café em frente ao local e prestou os primeiros-socorros ao menino. Em entrevista à TV Jornal, ele contou como foi feito o atendimento. "Ele parou de respirar, eu comecei a massagear e ele foi voltando e acordou relativamente rápido", relatou. Stephany contou que o processo durou cerca de 15 minutos e, após acordar, o menino dizia não sentir os braços e pernas, além de estar muito assustado por causa do corte na cabeça que sofreu ao cair.
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Pablo Andrade, gestor de segurança do trabalho, alerta para o risco de tentar ajudar uma vítima de choque elétrico. "Em último caso, deve ser usado algum objeto de material isolante. Mas o correto é não tentar socorrer. A pessoa que ajuda também é eletrocutada, quase na mesma intensidade", afirma. Em casa ou dentro de algum estabelecimento, o gestor recomenda que a chave-geral seja desligada, para interromper a corrente.
Em nota, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), responsável pela manutenção do poste, informou que a investigação sobre a causa da baixa isolação do semáforo ainda não foi concluída. A CTTU informou ainda que conta com oito equipes técnicas que trabalham 24 horas por dia e que o vazamento de corrente é algo "pontual e incomum".