A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) disse, nesta segunda-feira (30), que o modelo utilizado pela instituição para determinar precipitações pluviométricas subestimou o volume de chuva que desabou sobre o Grande Recife durante a madrugada. “Isso não significa que houve falha. Alguns sistemas meteorológicos têm essa peculiaridade, não há como prever com exatidão”, afirma o meteorologista Roberto Pereira.
>>> RELEMBRE A GRANDE CHEIA DE 1975
Enquanto a Apac anunciava chuva moderada a fraca no Grande Recife, a população foi surpreendida com precipitação de mais de 200 milímetros num intervalo de apenas seis horas, de 1h a 7h. O alerta só foi emitido às 4h, quando as ruas já estavam completamente alagadas. “Liberamos o alerta assim que identificamos o sistema acima do previsto”, continua o meteorologista.
Segundo ele, seria necessário um sistema mais completo de informação para captar todos os sistemas meteorológicos. “Mas isso não existe em lugar nenhum do mundo. O grau de acerto nunca é total, em qualquer previsão que se faça”, destaca Roberto Pereira. O alerta da Apac é válido até as 16h desta segunda-feira (30).
Leia Também
A meteorologia prevê mais chuva ao longo desta segunda-feira e precipitação só no início do dia na terça-feira (31), com intensidade de fraca a moderada. “A probabilidade maior é que não se repita na terça o que aconteceu hoje (30)”, diz Roberto Pereira. Pelos cálculos da Apac, choveu 231 milímetros no Recife nas últimas 24 horas. Isso corresponde a 70% da média histórica do mês de maio, de 329 milímetros.
No mesmo período, choveu 226 milímetros em Olinda, 217 milímetros em Paulista e 174 milímetros em Igarassu, todas cidades do Grande Recife. A Apac informa que não houve nenhum fenômeno extraordinário na atmosfera para explicar a chuva forte. Porém, reconhece que o grande volume em tão pequeno intervalo de tempo não é normal.