CRIME EM PETROLINA

Caso Beatriz completa seis meses sem solução

Ministério Público cria força-tarefa para ajudar nas investigações

JC Online
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Publicado em 11/06/2016 às 7:21
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Ministério Público cria força-tarefa para ajudar nas investigações - FOTO: Reprodução
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Ontem completaram-se seis meses do brutal assassinato de Beatriz Angélica Mota, 7 anos, ocorrido em Petrolina, no Sertão do Estado. Passado esse tempo, tudo que a polícia tem é a convicção de que cinco pessoas participaram do crime, além do retrato falado de um dos suspeitos. Não há outros rostos ou nomes. Não se sabe ao certo nem mesmo o lugar, dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde o homicídio foi cometido. Beatriz participava, junto com os pais, da formatura da irmã mais velha, quando pediu para ir beber água. Cerca de meia hora depois, foi encontrada no depósito de materiais esportivos da instituição, morta com 42 facadas.

A morosidade na elucidação do caso levou o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), ontem, a criar uma força-tarefa de cinco promotores que atuaram nas investigações sob supervisão do promotor criminal Carlan Carlo da Silva, responsável pelo caso em Petrolina.

O delegado Marceone Ferreira, que investiga o crime, afirmou ontem que um novo vídeo obtido pela polícia ajudou a traçar o percurso de Beatriz entre a arquibancada da quadra da escola, onde ela estava com a mãe, até as proximidades do bebedouro, onde ela teria sido pega pelos agressores. “Não foram mais de vinte minutos do momento em que Beatriz saiu até os familiares começarem a procurar por ela”.

Sem muitas novidades sobre a elucidação do caso, Marceone disse ter atendido a uma solicitação da Secretaria de Defesa Social (SDS), motivada, segundo ele, pela própria imprensa, para que se pronunciasse sobre o crime. Ele concedeu uma coletiva na sede da delegacia. “O que eu posso dizer é que estamos trabalhando para solucionar o homicídio de Beatriz”.

O delegado também comentou as denúncias da mãe da garota, Lucinha Mota, segundo as quais a escola teria de ser responsabilizada, uma vez que não teria alvará de funcionamento. “Isso é um caso para a esfera cível, não para a criminal. A não ser que fique provado que o fato de o colégio não ter a licença foi responsável direto pela morte, no que eu não acredito”, afirmou.

Ferreira alega que a unidade de ensino está colaborando com as investigações. “Mas se eventualmente for detectada qualquer interferência em nosso trabalho, eles poderão ser responsabilizados criminalmente”. Marceone também citou o que ele diz ser uma “relação de parceria” com o Ministério Público de Pernambuco na apuração do assassinato. Foi mais uma resposta a Lucinha Mota, que alegou não serem boas as relações entre a polícia e a promotoria, na figura de Carlan Carlo. 

Dizendo-se sem condições emocionais de acompanhar mais uma coletiva a respeito do crime, os pais de Beatriz não compareceram à delegacia. A mãe da garota reafirmou as denúncias que fez contra a escola onde as filhas estudavam. “O colégio cometeu crime de assumir o risco de matar, uma negligência muito grande na sua segurança, descumprindo leis e decretos que regulamentam o seu funcionamento”, afirma.

“Vamos continuar lutando por justiça, cobrando das autoridades, fiscalizando e denunciando quem tentar atrapalhar as investigações”.

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