O “pipoco” dos bacamarteiros anunciou neste domingo (19) a saída da décima edição da Procissão das Bandeiras, que percorreu trechos da Zona Norte do Recife. O colorido das bandeiras em homenagem aos santos juninos misturou-se aos cantos líricos, que logo depois deu espaço a uma forróvioca. O desfecho do cortejo foi no Sítio Trindade, em Casa Amarela, com apresentação de quadrilhas e um espetáculo que uniu o Quinteto Violado e a quadrilha Raio de Sol em uma homenagem a Dominguinhos.
Abaixe o volume, pois o som dos bacamarteiros é alto. Na descida do Morro, cortejo ganha companhia do forró pic.twitter.com/6i2Ad0SHZO
— Jornal do Commercio (@jc_pe) 19 de junho de 2016
Marcada pelo sincretismo religioso, a procissão tem em sua essência a exaltação a São João, São Pedro e Santo Antônio, mas a história mostra que as religiões de raízes africanas também aproveitam o período para louvar o orixá Xangô - correspondente a São João.
O cortejo tem em sua essência a mistura entre o sacro e o profano. Antes da saída das bandeiras, há uma missa na Igreja de Nossa Senhora da Conceição para abençoá-las. Bênção concedida é hora de ganhar as ruas. Grupos líricos desceram o Morro da Conceição no trajeto até a Rua da Harmonia. Pelas ladeiras do bairro, janelas e portões ficaram cheios para ver o desfile.
Atualmente, são mais de 20 grupos de várias localidades do Grande Recife que participam da procissão. O bloco lírico O Bonde é o abre-alas da caminhada. E, neste caso, antiguidade é posto, visto que o grupo é o mais velho da caminhada.
O presidente da agremiação, Cid Cavalcanti, é um dos responsáveis pelo resgate do cortejo e conta que intenção é ampliar número de participantes a cada ano. Em 2016, o grupo Damas e Cavaleiros, de Rio Doce, estreou na procissão. “É lindo demais, emocionante poder participar dessa procissão”, contou Djane Ático, presidente da agremiação, que reúne diversas gerações.
Fogos e tiros de bacamarte marcaram a transição da caminhada. Em plena Avenida Norte, as canções líricas ficaram para trás e o forró tornou-se protagonista e assim foi até o Sítio da Trindade. O assessor técnico da Fundação de Cultura do Recife, Marcello Varela, diz que mais de 1.500 pessoas participaram do evento, cuja intenção é resgatar as tradições juninas da cidade.
Já no Sítio Trindade, as arquibancadas estavam lotadas para apresentação do espetáculo Sonho de Menino, Dominguinhos Tocador, executado pelo Quinteto Violado e a quadrilha Raio de Sol. A encenação relembra a vida e a obra de um dos maiores artistas nordestinos por meio das músicas e da dança. Os principais clássicos foram entoados pelo grupo.
#JCCidades Homenagem a Dominguinhos com quadrilha Raio de Sol e Quinteto Violado, no Sítio da Trindade pic.twitter.com/zrRpM9ryGP
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