Nem no São João a guerra ao mosquito Aedes aegypti tem trégua. Pelo menos na capital pernambucana. Desta quinta-feira (23/6) e até o próximo domingo (26/6) agentes da Vigilância Ambiental do Recife estarão realizando um mutirão de vistorias nos arredores dos 12 polos oficiais da festa para combater o responsável por transmitir as arboviroses (dengue, chicungunha e zika). Dezesseis profissionais se dividem em três equipes e têm passado o dia visitando residências e pontos onde possam existir focos do mosquito para alertar a população e, principalmente, conscientizá-la de que a vigilância não pode parar.
Nesta quinta-feira o mutirão passou pelo polo junino de Dois Unidos, na Zona Norte da capital. Algumas casas e estabelecimentos foram visitados. Além de ser reduto de um polo oficial da folia junina, o bairro tem muito lixo e água acumulada por toda parte. “Nós estamos atuando nas imediações dos polos de São João porque são locais que irão atrair muitas pessoas neste feriadão. Ou seja, se houver concentração do mosquito, as chances de muitas pessoas serem contaminadas são grande”, explicou Vânia Nunes, coordenadora da Vigilância Ambiental do Recife.
O trabalho dos agentes é feito em três frentes: aspiração do mosquito (técnica comum em locais onde o uso de inseticidas não é possível, como nos hospitais, por exemplo), tratamento com larvicida e utilização do inseticida químico (pulverização). “Não podemos dar uma trégua ao mosquito causador das arboviroses porque elas são doenças endêmicas (que afetam simultaneamente um grande número de pessoas). E com esse tempo, de chuva e sol sequenciados, os ovos eclodem e os mosquitos se espalham. Por isso nosso trabalho é permanente, de domingo a domingo”, afirmou a coordenadora.
De fato, razões não faltam para que os mutirões dos agentes ambientais aconteçam todos os dias. Números do último boletim epidemiológico do Recife mostram que as notificações das arboviroses aumentaram 3,9% em 2016 em relação a 2015. Foram 22 mil casos este ano contra 21 mil no ano passado.