Violência

Sindicato aponta 32 agências do BB interditadas após explosões

Procon deu prazo de dez dias para bancos apresentarem cronograma de abertura das agências

Margarette Andrea
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Margarette Andrea
Publicado em 27/08/2016 às 8:10
Bobby Fabisak/JC Imagem
Procon deu prazo de dez dias para bancos apresentarem cronograma de abertura das agências - FOTO: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Trinta e duas agências do Banco do Brasil (BB) estão fechadas ou com funcionamento parcial, no interior do Estado, após ações criminosas com uso de explosivos ou maçaricos, conforme levantamento do Sindicato dos Bancários de Pernambuco. Ontem, o BB e os bancos Bradesco, Itaú, Caixa Econômica Federal e Santander receberam um prazo de dez dias, por parte do Procon Pernambuco, para apresentar um diagnóstico da situação e um cronograma de soluções para que o consumidor volte a ter atendimento nos locais interditados. 

O prazo foi estabelecido ontem, em reunião entre a secretária-executiva de Justiça e Direito do Consumidor, Mariana Pontual, o secretário-executivo de Defesa Social, Alexandre Lucena, o gerente-geral do Procon-PE, Erivaldo Coutinho, e representantes dos bancos (o Santander não compareceu). “Os bancos demoram muito para restabelecer os serviços, após as explosões, obrigando os consumidores, inclusive idosos, a se deslocarem para cidades vizinhas. Além dos transtornos, há riscos”, observa Erivaldo.

Segundo ele, o Procon instaurou uma investigação preliminar, que pode se tornar um procedimento administrativo de responsabilização, caso a resposta não seja convincente. “Se ficar demonstrado vício na prestação de serviço, podemos aplicar várias penalidades, que vão desde uma notificação a multas que variam de R$ 532 a R$ 7,6 milhões”.

O diretor jurídico do Sindicato dos Bancários, João Rufino, classificou a medida como “tendenciosa”, uma vez que a cobrança está sendo feita unicamente aos bancos e nem mesmo a entidade que representa os funcionários foi convidada a participar da audiência. “Se a SDS estava presente também deveria dar explicações. Há agências que já sofreram três, quatro explosões e o efetivo do município não teve reforço. Não há ninguém tomando conta das cidades”, critica.

O sindicalista informa que em Macaparana há um policial militar para 4,5 mil habitantes, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda um policial para 450 habitantes. “Muitos criminosos têm acesso a arma ponto50, arma de guerra, que só o Exército poderia ter. E os policiais? De badoque ninguém combate o crime. Não é possível que o Estado não tenha condições ter um serviço de inteligência para isso”.

SDS diz investir em inteligência

Por meio de nota, a SDS informou que as ações de inteligência estão ocorrendo, tanto que 75 pessoas já foram presas este ano só pela polícia civil, sendo 10 neste mês.

Já a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) diz que as instituições vêm contribuindo com as autoridades para enfrentamento do problema e que a “ação de segurança necessária para fazer frente à violência empregada está fora de alcance das instituições privadas, como estabelecimentos comerciais e bancos”. Mas que se investe R$ 9 bilhões ao ano no aprimoramento da segurança bancária. Também defende investimentos em inteligência, inclusive para impedir que os bandidos tenham acesso fácil a explosivos.

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