SEGURANÇA

Polícia pede fim de boatos sobre estupros

Suposto terceiro caso que teria acontecido na Zona Norte não foi confirmado

JC Online
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Publicado em 14/09/2016 às 7:30
Reprodução/Polícia Civil
Suposto terceiro caso que teria acontecido na Zona Norte não foi confirmado - FOTO: Reprodução/Polícia Civil
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A Polícia Civil resolveu fazer um apelo para tentar frear a onda de boatos que varreu o Grande Recife, durante o dia de ontem, segundo a qual teria acontecido um terceiro caso de estupro na Zona Norte da capital em menos de duas semanas. A informação circulou por aplicativos de troca de mensagens via celular e pelas redes sociais, relatando que outra jovem foi abordada ao sair de um restaurante no bairro de Santana, na noite da segunda-feira (12). Outros supostos casos de violência sexual também foram espalhados, principalmente via WhatsApp. Os dois crimes confirmados ocorreram em bairros próximos. No dia 31 de agosto, em Parnamirim, uma universitária de 29 anos foi abordada ao entrar no próprio carro e violentada em um matagal em Jaboatão dos Guararapes. Na última quinta-feira (8), foi a vez de uma empresária de 32 anos ser estuprada, após ser levada, às 11h30, na Rua Amélia, no bairro das Graças.

>> ESTUPRO: MEDO COMPARTILHADO

As gestoras da Departamento de Polícia da Mulher (DPMul), Inalva Regina e Marta Rosana, afirmaram que não há registro do terceiro suposto caso e que o mesmo não chegou ao conhecimento da polícia. As duas pediram ajuda à população no sentido de não espalhar informações sem checar a procedência. “Isso precisa parar. Se uma pessoa sabe de um caso de estupro, ou informações que possam ajudar na elucidação da autoria, a comunicação deve ser feita diretamente à polícia, e não espalhada em redes sociais”, afirma Inalva. “Talvez esteja sendo estabelecida uma sensação de insegurança decorrente tanto dos casos como dos boatos. Mas é preciso entender que a segurança pública não mudou de dois meses para cá”, explica Marta Rosana. 

BOATOS

As gestoras afirmaram que o chefe de Polícia Civil, Antônio Barros, convocará para amanhã uma entrevista coletiva onde falará sobre os casos ocorridos na Zona Norte da capital. Especula-se que a titular da Delegacia da Mulher de Santo Amaro, Ana Elisa Sobreira, apresente novidades sobre a autoria do segundo crime (dia 8). O ex-presidiário Wellington da Silva Ferreira, 30 anos, continua sendo procurado por policiais civis, após ter sido identificado pela primeira vítima como autor da violência sexual. 

A polícia ainda aguarda o resultado da confrontação do DNA recolhido no sêmen coletado das duas vítimas de estupro. O objetivo é confirmar se o suspeito pelo primeiro caso – o da universitária de Parnamirim – é também responsável pela violência sofrida pela empresária abordada no bairro das Graças. O material está sendo analisado em São Paulo. A segunda vítima, no entanto, não reconheceu Wellington como o agressor.

As delegadas voltaram a pedir mais atenção às mulheres, principalmente ao estacionar ou entrar em veículos. “De uma forma geral, os criminosos contam com o elemento surpresa, com o fato de a vítima estar distraída. Ficar sempre alerta é uma das maiores armas contra esse tipo de investida”, assegura Inalva.

Uma dica considerada importante pela Polícia Civil é não fazer uso do telefone celular sempre que estiver entrando no automóvel ou estacionando o veículo. “Falar ao celular tira toda a concentração da pessoa. Ela vai ficar distraída e pode virar uma presa fácil para um eventual criminoso que deseje cometer estupros”, completa Marta Rosana.

 

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