Maria Jasmim tem 3 anos. No último sábado (10), ela deu entrada na unidade pediátrica do Hospital Barão de Lucena (HBL), na Iputinga, Zona Oeste do Recife. A pequena paciente tem flor no nome e na estampa da blusa que veste, doada pela Associação Barãozinho, entidade sem fins lucrativos que atua no hospital e completa 14 anos hoje. Como presente, a instituição pede ajuda para continuar funcionando.
A comemoração será com um chá beneficente amanhã, das 16h30 às 19h30, no restaurante O Pátio, na Avenida Rui Barbosa, bairro das Graças, Zona Norte. O ingresso custa R$ 60 e pode ser adquirido na hora. A renda será toda destinada à Barãozinho.
O nome no diminutivo deve-se ao público-alvo: cerca de 100 pacientes, de 0 a 12 anos, beneficiados mensalmente. A maioria é de baixa renda e vem do Grande Recife e do interior do Estado. “Eu não tive que pedir nada. O pessoal já chegou aqui perguntando o que eu precisava, amparando a nós duas”, conta a avó de Jasmim, Josilene Januário, 41, que está desempregada e trouxe a neta de Abreu e Lima, na Região Metropolitana, para realizar o tratamento contra a asma.
A associação atende aos pacientes do Barão e também às famílias, doando fraldas descartáveis, roupas, material de higiene, material hospitalar, remédios, brinquedos e facilitando o acesso a tratamentos. Em muitos casos, o auxílio continua após a alta, quando as crianças precisam de algum cuidado especial.
O projeto funciona no terceiro andar do Barão de Lucena, mas é independente e se mantém a partir de doações em dinheiro e de itens como roupas, calçados, acessórios e itens domésticos que são revendidos em brechó realizado na segunda quinta-feira de cada mês dentro da unidade. O Barãozinho surgiu da iniciativa de profissionais do HBL que perceberam a necessidade das famílias.
A entidade conta também com quiosque permanente no térreo do Barão de Lucena, para venda de artigos diversos. Por mês, as despesas da Barãozinho chegam a R$ 3 mil. A secretária do projeto, Inês Jordão, vibra com cada doação. Segundo ela, mensalmente as contas são fechadas no sufoco, por vezes, no vermelho.
“Algumas mães chegam aqui só com a roupa do corpo. Ajudamos com vestuário, produtos de higiene pessoal, o que ela precisar. Tem criança que fica internada porque a família não consegue continuar o tratamento em casa, já que não pode comprar nem remédio”, diz. Inês explica que a iniciativa presta assistência para agilizar a saída dos pequenos do ambiente hospitalar, liberando leitos, o que viabiliza outros atendimentos. Cada criança passa, em média, oito dias internada. Com o intuito de amenizar os transtornos desse período e tornar o ambiente mais ameno, a associação promove também atividades recreativas e educativas, realizando um trabalho humanizado. Na brinquedoteca, os pequenos pacientes aproveitam o espaço colorido, cheio de livros e brinquedos, para amenizar as dores do tratamento.
“Todos os envolvidos atuam com muito amor. E se engana quem pensa que só as crianças participam, quando a gente vê, os pais já estão no meio”, conta Maria Inês.