SOLIDARIEDADE

''A sensação é de dever cumprido'', diz maquinista que salvou cachorro nos trilhos do metrô no Recife

Dimitri Veras sempre criou cachorros em casa e já salvou outros animais nos trilhos

Editoria de Cidades
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Publicado em 21/10/2016 às 15:54
Foto: Diego Nigro/ JC Imagem
Dimitri Veras sempre criou cachorros em casa e já salvou outros animais nos trilhos - FOTO: Foto: Diego Nigro/ JC Imagem
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Foi o amor pelos animais que levou o maquinista Dimitri Fernandes Veras, 36 anos, a parar o trem com passageiros a bordo e salvar a vida de uma cachorrinha na tarde dessa quinta-feira (20). O animal estava amarrado aos trilhos do trem no trecho que fica entre as estações Cosme e Damião e Camaragibe, na altura do bairro de Viana, Região Metropolitana do Recife, quando foi resgatado pelo maquinista.  

Há seis meses, o Dimitri parou o trem no mesmo trecho e resgatou uma preguiça, a segunda desde que começou a trabalhar na Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU). Ele conta que costuma passar abaixo da velocidade permitida, de 90 quilômetros por hora, porque animais cruzam os trilhos naquele local. "O sistema corta a mata de Brennand, por isso sempre tem preguiças por lá. Elas estão no seu habitat natural, nós que estamos interferindo no espaço delas", defende. Foi graças a este costume que ele conseguiu parar o veículo a tempo de salvar a vida do cão. "O trem estava a uns 55 quilômetros por hora quando vi ele parado. Geralmente, quando a gente buzina, os cachorros saem, mas este ficou lá", conta. Foi, então, que ele freou.  

A cachorra, que tinha coleira, estava amarrada por uma corda nos trilhos. Dimitri pediu ajuda aos seguranças e avisou que não sairia enquanto o animal estivesse no local. "Se matasse ele, não ia conseguir dormir à noite. Minha consciência não ficaria tranquila". Segundo o maquinista, a cachorra era dócil e estava com problemas de pele. Ela foi solta em uma comunidade próxima e não foi vista desde então.  

HERÓI

O reconhecimento dos colegas da CBTU, onde trabalha há mais de seis anos, foi inesperado. "Não queria reconhecimento do homem, só de Deus. Eu vim para servir. A sensação é de dever cumprido". Ao JC, Dimitri contou que sempre criou cães em casa com a família. Recentemente, ele perdeu um animalzinho e, por ter se mudado para um apartamento com a mãe e o irmão, não pôde adotar outro bichinho.

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