Professores e pesquisadores de instituições de saúde pública de 11 países da América Latina, América do Norte, Europa, África e Ásia lançaram nesta sexta-feira (21), na reitoria da Universidade de Pernambuco (UPE), no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, a Rede de Enfrentamento ao Zika da América Latina – ZikaPlan.
Consórcio formado por 25 instituições de pesquisa, a ZikaPlan terá quatro anos de duração e é financiada pela Comunidade Europeia. Nesse período, a ZikaPlan vai receber 11,5 milhões de euros (R$ 39,5 milhões) para incrementar os estudos e o combate ao vírus. É um suporte a pesquisas em andamento e a novas pesquisas.
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“Vamos trabalhar juntos em busca de perguntas ainda não respondidas para o zika vírus, como a microcefalia, a zika congênita, os riscos durante a gravidez, a distribuição das manifestações, a evolução das crianças com microcefalia, os mecanismos que causam a Síndrome de Guillain-Barré”, afirma a brasileira Laura Cunha Rodrigues, pesquisadora da London School of Hygiene and Tropical Medicine, em Londres.
VACINA
Ela aponta a associação entre zika e microcefalia como um dos avanços nos estudos. “Também avançamos nas pesquisas para a produção de vacinas, nesse campo já temos quase todo o conhecimento de que precisamos”, destaca Laura Cunha. “Sabemos que o vírus do zika não muda muito e com isso a vacina tem grandes chances de funcionar”, avalia.
De acordo com a professora, há 27 vacinas contra a zika sendo produzido em todo o mundo, no momento. O diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, informa que o centro de pesquisas, sediado em São Paulo, está avançando na fabricação de uma vacina. “Se tudo correr bem, em dois anos teremos a vacina pronta”, diz ele.
“A proposta do consórcio é somar esforços para não perdemos tempo e nem fazermos pesquisas em duplicata, precisamos potencializar a capacidade de apresentar respostas”, destaca o epidemiologista Ricardo Ximenes, professor da UPE e da Universidade Federal de Pernambuco. O Recife foi escolhido para o lançamento da rede ZikaPlan porque o problema começou pelo Nordeste e daqui saíram as primeiras respostas, explica Ricardo Ximenes.
Participaram do primeiro encontro, no Recife, 60 pesquisadores. A próxima reunião presencial do grupo está programada para agosto de 2017 em Cuba.