FECHAMENTO DE ESCOLA

Grupo pede para a PCR assumir o Colégio Marista de Apipucos

O Colégio Conceição Marista de Apipucos deve fechar em dezembro. Cerca de 700 crianças serão prejudicadas

Da editoria de Cidades
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Publicado em 13/11/2016 às 21:00
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O Colégio Conceição Marista de Apipucos deve fechar em dezembro. Cerca de 700 crianças serão prejudicadas - FOTO: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Integrantes do Movimento#Resiste Conceição vão pedir, formalmente, ao Ministério Público do Estado que a Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) assuma a administração do Colégio Conceição Marista de Apipucos, que só vai funcionar até dezembro. “São quase 700 crianças que vão ficar sem escola e não há na nossa comunidade (em Apipucos) uma outra escola próxima que possa receber todos esses estudantes”, diz uma das integrantes do movimento, a doméstica Elineuza Maria dos Santos.

Elineuza e os seus irmãos estudaram no Colégio Conceição Marista de Apipucos. Atualmente, o filho dela, Luiz Felipe Ferreira dos Santos, 12 anos, estuda na mesma escola. “Infelizmente, vou ter que arranjar uma escola paga para o meu filho, mas tem muita gente que não pode”, conta. A escola funciona na comunidade há 62 anos e vai fechar porque, segundo os administradores do estabelecimento, há um problema na estrutura do prédio.

“Ninguém viu qualquer problema na estrutura do prédio. Se há o risco de cair, por que não suspenderam as aulas ? Por que a estrutura da escola pode cair somente depois de 30 de dezembro ?”, questiona Elineuza.

Para ela, o fechamento da escola também traz outro problema à comunidade. “Muita gente que mora perto da escola, em casa de taipa, vive da merenda que sobrava do estabelecimento. Elas também vão sofrer, embora a nossa preocupação maior seja com as crianças, porque as outras escolas são distantes e o acesso é ruim”, conta. 

PREOCUPAÇÃO

O fechamento da escola se tornou uma preocupação para a dona de casa Marisa Maria da Silva que tem uma filha que estuda no Colégio Marista, Larissa Maria da Silva, de 10 anos. “Não tenho condições de pagar a mensalidade de uma escola. Estou tentando conseguir uma vaga na Escola Abel Guerreiro, na Macaxeira. Fica longe de onde moro, mas a menina vai ter que ir a pé”, revela. A situação na casa dela está difícil: ela não trabalha e o marido perdeu o emprego em fevereiro último. Ao ser questionada sobre o problema, Larissa responde: “não quero que feche. Gosto muito da minha escola”. 

Um grupo de 30 pessoas – formado por alunos e pais do Colégio Conceição Marista – fez um pique-nique ontem no Parque Apipucos, na Zona Norte do Recife. “O nosso objetivo é chamar a atenção para um problema que atinge pelo menos 300 famílias”, conclui Elineuza. O colégio é mantido pelo Grupo Marista, reconhecido pela boa qualidade do ensino. 

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