Reforço

Mais de 1,4 mil policiais militares suspenderam suas férias

Portaria da SDS convocou 1,8 mil PMs que estavam de férias entre 15 e 31 de dezembro

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Publicado em 16/12/2016 às 19:54
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Portaria da SDS convocou 1,8 mil PMs que estavam de férias entre 15 e 31 de dezembro - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
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Dos 1.811 policiais militares que estavam de férias entre os dias 15 e 31 de dezembro, 1.475 já retornaram ao serviço, atendendo a portaria da Secretaria de Defesa Social (SDS), divulgada anteontem. Segundo o órgão, a expectativa é de que esse número aumente e reduza o impacto da operação-padrão decretada pela categoria no dia 9. Apesar disso, o titular da SDS, delegado Angelo Gioia, afirmou à imprensa que o governo estuda prorrogar a presença das Forças Armadas nas ruas. A princípio, o convênio se encerra na próxima segunda-feira.

“Reafirmamos que o canal de diálogo e negociação do governo com a categoria está completamente aberto, via comandos, mas, em paralelo, estamos adotando todas as medidas legais ao nosso alcance para garantir a segurança da população”, afirma o comandante-geral da PM, coronel Carlos D´Albuquerque. Segundo ele, o efetivo reforçará as diversas regiões do Estado.

“A cada dia que o governo pressiona as associações, a tropa se revolta mais e aumenta a adesão ao movimento”, afirma o presidente da Associação de Praças de Pernambuco (Aspra-PE), José Roberto Vieira. “Que democracia é essa? O governo obrigar os policiais a trabalharem no horário de folga? Cortar as férias? Se tivesse efetivo suficiente não estaria nessa situação. O governo está sendo arbitrário. Impasse se resolve com diálogo e ele não quer dialogar. Não vamos recuar”.

O presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS), Alberisson Carlos, diz que o setor jurídico da entidade está estudando a legalidade das medidas do governo. Mas que os policiais devem cumprir a lei. “É um abuso de autoridade. O policial se programou para ficar com a família, muitos viajaram. O governo tem agido como um rolo compressor”.

Recurso

Ainda ontem, foi dada entrada na Justiça com agravo interno, pedindo que o desembargador José Fernandes Lemos reveja suas decisões de bloquear R$ 100 mil das contas bancárias das entidades; de multá-las por terem feito reunião apesar de proibidas pela Justiça e de majorar a multa, passando-a de R$ 100 mil para R$ 500 mil.

“O direito à reunião é constitucional, o presidente da ACS recebeu a ordem para não fazer reunião quando ela já estava acontecendo e em nenhum momento se falou de greve. Não há justificativa para majoração, muito menos para bloqueio de contas. E, afinal, como encerrar um movimento sem reunir a tropa”, defende o advogado da ACS, Fraçois Cabral.

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