A polícia de Petrolina, no Sertão do Estado, vai investigar o caso da mulher que morreu na tarde da última terça-feira (10), após passar por uma lipoaspiração em um hospital particular da cidade. A esteticista Uilma Almeida Fontes, 37, natural do município de Cabrobó, teve a morte confirmada ainda na sala de cirurgia, às 19h, três horas após dar início ao procedimento.
O delegado da 214º de Petrolina, Daniel Moreira, responsável pela investigação, afirmou que está instaurando um inquérito para averiguar se todos os procedimentos exigidos antes da operação foram realizados.
"Vamos ouvir os responsáveis pelo procedimento para saber em quais condições a cirurgia foi realizada e ver se todas as condutas estão dentro da normalidade. Caso contrário, de acordo com as investigações, veremos qual o andamento da situação", esclareceu o delegado em entrevista à Rede Globo.
A irmã da esteticista, Iraneide Almeida, conta que a paciente já havia realizado outras intervenções desse tipo e disse que não seria preciso que ninguém da família a acompanhasse, tendo em vista a simplicidade do procedimento. Segundo ela, após a cirurgia, médica responsável pela cirurgia entrou em contato com a família e solicitou a presença de algum parente na unidade de saúde.
"Quando a médica entrou em contato, ela disse que tinha tido uma 'complicaçãozinha''. No começo ela não quis me falar o que era, queria alguém da família presente. A mim ela disse que minha irmã entrou na sala de cirurgia, terminou o procedimento e 40 minutos depois deu essa parada cardíaca. Ela tentou reanimar, mas não conseguiu", afirmou.
Leia Também
- CFM lança protocolo da cirurgia plástica
- Fechado no Rio consultório de cirurgia plástica ilegal
- Lei que garante cirurgia plástica pelo SUS a mulheres agredidas vai à sanção de Dilma
- Poder aquisitivo e acesso levam Brasil a liderar ranking de cirurgia plástica
- Polícia fecha clínica clandestina de procedimentos estéticos no Rio
- Morte de modelo durante lipo pode ter sido erro médico
Ainda segundo ela, a médica relatou que Uilma Almeida chegou a ser levada até a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), sendo assistida por três médicos, mas não resistiu e faleceu. A família, no entanto, contesta essa versão dada pela profissional. Os parentes da vítima contam que uma amiga da família foi até o hospital para obter mais detalhes sobre o caso e, lá, foi informada de que a paciente teve morte súbita, assim que o procedimento foi finalizado.
"Uma amiga nossa foi até lá e a médica disse que quando botou minha irmã na maca e virou ela de lado para colocar a cinta, percebeu que ela estava morrendo. Disseram que ela teve morte súbita", afirmou a irmã da vítima.
A família foi até a 1º Delegacia de Polícia Civil do bairro de Ouro Preto, em Petrolina, e solicitou ao delegado Marcione Ferreira que o corpo fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para atestar a causa da morte. A médica responsável afirmou que todos os procedimentos exigidos foram realizados e não foi detectado nenhum tipo de problema cardíaco ou algo que impedisse a realização da cirurgia.
O corpo foi velado no município de Orocó e o enterro será às 8h desta quinta-feira (12), em Petrolina.