Caatinga

Jardim Botânico do Recife celebra Dia Nacional da Caatinga

O Dia Nacional da Caatinga presta homenagem ao ecólogo pernambucano João de Vasconcelos Sobrinho, nascido em 28 de abril de 1908 e falecido em 1989

Da Editoria Cidades
Cadastrado por
Da Editoria Cidades
Publicado em 29/04/2018 às 8:08
Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
O Dia Nacional da Caatinga presta homenagem ao ecólogo pernambucano João de Vasconcelos Sobrinho, nascido em 28 de abril de 1908 e falecido em 1989 - FOTO: Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
Leitura:

A caatinga, único ecossistema exclusivamente brasileiro, se espalha pelo Agreste e Sertão de Pernambuco com uma rica diversidade de fauna e flora. Mas se você não pode ir até o semiárido para conhecer o bioma, faça uma visita ao Jardim Botânico do Recife, localizado às margens da BR-232, no Curado, Zona Oeste da cidade. Até a próxima terça-feira, o JBR mantém uma exposição com plantas da região, em homenagem ao Dia Nacional da Caatinga, celebrado neste sábado, 28 de abril.

Simples e educativa, a exposição traz para o litoral um recorte do semiárido com 11 espécies distintas agrupadas em cinco jarros, logo na entrada do JBR. Há cactáceas – coroa-de-frade, quipá, xique-xique e rabo-de-raposa – ao lado de árvores como pau-ferro, angico, craibeira e umbuzeiro e de uma trepadeira, o maracujá da caatinga exibindo flor e fruto aos visitantes. “É uma forma de mostrar às pessoas que vegetação da caatinga não é só cacto”, afirma Zenaide Nunes, gerente geral de Unidades Protegidas da Prefeitura do Recife.

O umbuzeiro, diz ela, é uma referência na alimentação dos sertanejos; a craibeira, considerada o ipê do Sertão por causa das flores amarelas, é usada na arborização de ruas da capital pernambucana, como a Avenida Abdias de Carvalho, na Zona Oeste; e o pau-ferro vai substituir espécies exóticas em ruas da cidade. “Elas são do semiárido, mas se adaptam bem ao clima do Recife, temos espécies arbóreas da caatinga em produção no viveiro do Jardim Botânico”, declara Zenaide Nunes.

O JBR fornece as plantas para o paisagismo do Recife, apoia projetos de reflorestamento de unidades de conservação e colabora com prefeituras do interior do Estado, informa Zenaide Nunes. Além da exposição montada para marcar o Dia Nacional da Caatinga, o visitante encontrará na Coleção de Bromélias do Jardim Botânico um espaço que reúne bromélias do semiárido (mandacaru, macambira, quipá) junto das espécies da mata atlântica. “São bem diferentes, as espécies da caatinga são mais secas e as da mata atlântica crescem mais abertas.”

Completando o passeio, Zenaide Nunes sugere uma visita ao jardim das cactáceas, com espécies nativas e exóticas. “Os cactos desenvolveram espinhos por estratégia de sobrevivência, para reter água. O espinho assume o papel da folhas, é por onde as plantas respiram”, informa. Uma exceção, de acordo com ela, é a ora-pro-nobis, que mantém as folhas. “Ela é uma cactácea, porém não é da caatinga”, avisa.

VISITAÇÃO

Com entrada gratuita, o Jardim Botânico do Recife ocupa uma área de mata atlântica de 10,7 hectares, dos quais apenas um hectare é aberto a visitação. Fica no km 7,5 da rodovia federal BR-232 e é vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente. O espaço verde recebe o público de terça-feira até domingo, das 9h às 15h30. E estará aberto no dia 1º de Maio, feriado do Dia do Trabalho.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o bioma caatinga ocorre em Pernambuco, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e no Norte de Minas Gerais, totalizando 844.453 quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do território nacional, onde vivem 241 espécies de peixes, 177 de répteis, 79 de anfíbios, 221 de abelhas, 591 de aves e 178 de mamíferos. O desmatamento, que atinge 46% da área, é a principal ameaça ao ecossistema.

Últimas notícias