A Zona Sul do Recife passou por uma ação de conscientização ambiental, na manhã desta quinta-feira (26), em projeto realizado pelo Instituto João Carlos Paes Mendonça (IJCPM). Crianças e adolescentes contaram com o apoio de parte da colônia de pescadores de Brasília Teimosa e da Emlurb para limpar o entorno do mangue retirando cerca de uma tonelada de lixo. A ação, ainda que pontual, é o ponta pé para educação daqueles que são responsáveis pelo meio ambiente.
A coordenadora de educação ambiental da Fundação Mamíferos Aquáticos, Daniela Araujo, explica que a meta é, até 2030, reduzir consideravelmente o volume de consumo de plástico e a despoluição dos rios e mares: "Aqui fazemos resgate de fauna marinha e trabalhamos para conservação desses animais. Observamos que, na última década, o número de animais resgatados em decorrência da ingestão de resíduos triplicou".
"Poluição não é problema local"
Além de não ser problema local, a ação reforça o exercício de não descarte de resíduos em locais indevidos - não apenas no margue. Sergio Maffioletti, gerente de desenvolvimento socioambiental do IJCPM, explica que lugares que possam carrear para o mangue, como as ruas a passeios, também merecem a atenção de todas as gerações.
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"Essas crianças que foram sensibilizadas com o processo informativo e esse momento em campo faz com que eles entendam a importância de fazerem diferença no futuro. Nosso dia-a-dia é levar sustentabilidade não só para esses locais no entorno do empreendimento, mas para a vida de cada um", argumenta.
Augusto de Lima, de 70 anos, é representante da colônia de pescadores de Brasília Teimosa e participou da ação. No projeto, questionou construções indevidas no interno do mangue. Afinal, é dele que vem a renda, o trabalho e a subsistência. "Hoje a vida marinha é zero porque não tem oxigênio. A cadeia primária já foi extinta, já não se vê mais caranguejos porque está cheio de gás metano, gerado pelo plástico com a luz solar. Assim você vê o tamanho da agressão que o ambiente sofre", expõe.