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Obra na Presidente Kennedy pretende recuperar calçadas e acabar alagamentos

Apesar do investimento de R$ 700 mil, a reestruturação não soluciona o maior dos problemas: as paradas de ônibus no meio da avenida

JC Online
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Publicado em 14/09/2018 às 8:30
Foto: Leo Motta/JC Imagem
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Alvo de críticas da população desde da sua grande modificação, há dez anos, a Avenida Presidente Kennedy, um dos principais corredores viários de Olinda, passará até três meses em obras. As intervenções pretendem solucionar problemas antigos como os pontos de constantes alagamentos da via e as calçadas degradadas. Apesar do investimento de R$ 700 mil numa parceria do município com o governo do Estado, a reestruturação não soluciona o maior dos problemas: as paradas de ônibus no meio da avenida. 

As ações, que começaram ontem, serão executadas por etapas, contemplando os 4,5 quilômetros de extensão da pista, importante conexão para os moradores de 13 bairros de Olinda. São 48 linhas que circulam na avenida, com 463 veículos por dia. De acordo com a Secretaria Transportes e Trânsito do município, transitam, diariamente, na via uma média de 5.500 pedestres e mais de 10 mil veículos, nos dois sentidos. Por conta desse fluxo, a reforma também prevê melhoria das calçadas, construção de passagens elevadas nos pontos de maior circulação de pedestres, melhor sinalização, suavização das curvas, requalificação da iluminação e paisagismo.

Para a comerciante Maria Érica Ferreira, 35, que vende móveis há cinco anos no número 2481 da avenida, o problema é maior que a reforma. Ela precisou financiar uma mureta de ferro que barrasse a água de esgoto que se acumula em frente a seu ponto comercial. Já desembolsou mais de R$ 1.500 para proteger-se da água imunda que respinga quando os carros passam. “Sempre foi assim. Fico o dia todo limpando essa água nojenta que entra aqui, mesmo com a mureta. Estou cansada de ver gente caindo por conta dessa imundície. A prefeitura não resolveu e tivemos que tomar providências”, contou. “Isso sem falar na desorganização das paradas de ônibus. Não precisa ser engenheiro para ver o quanto isso está errado”, pontuou. 

A reclamação é a mesma do serralheiro Jurandir Neves, 37, que trabalha há 20 anos com o pai num ponto comercial onde ontem pela manhã era feita a limpeza dos canteiros. Para ele, a avenida só vai ter solução quando ocorrer as paradas de ônibus forem reposicionadas. “Eu acompanhei toda a mudança da Presidente Kennedy. No último ano deu uma melhorada, mas continua alagando muito. É bueiro sem tampa, é fossa exposta, é um trânsito caótico, é lixo, é falta de sinalização, é calçada, falta tudo aqui. Diariamente vejo acidente, e quando chove andar por aqui é um risco à vida e à saúde”, observou. “Não adianta fazer esses pequenos serviços se o grande problema daqui são essas paradas de ônibus”, completou. 

Foto: Leo Motta/JC Imagem
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Questionada sobre a possibilidade de rearrumar a disposição das paradas de ônibus, a Prefeitura de Olinda informou estar discutindo os próximos passos para tentar resolver o problema. No ano passado, a prefeitura chegou a divulgar que o projeto para remodelar a avenida previa investimentos da ordem de R$ 30 milhões. 

Sobre o acúmulo de água de esgoto na via, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) declarou não ter constatado o problema e afirmou não operar serviços de esgotamento sanitário no local. Afirmou também que a Kennedy será beneficiada com obras do Programa Cidade Saneada, numa parceria público-privada. Mas não há data prevista.

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